“A recente decisão do governo de entregar às farmácias a vacinação dos maiores de 60 anos é inaceitável”, critica em comunicado o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, recordando que, durante a pandemia, o SNS, através dos centros de saúde, conseguiu assegurar a vacinação da população contra a covid-19 e a gripe, em múltiplas doses.
Citando a Presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, o SEP refere que as farmácias irão receber entre 1,7 a 2,3 milhões de vacinas contra a gripe e a mesma quantidade de vacinas contra a covid-19, num total de entre 3,4 e 4,6 milhões de vacinas.
“Se tivermos em conta que o SNS irá pagar 2,5 euros por cada vacina administrada, estima-se que o custo possa atingir os 11,5 milhões de euros”, salienta o SEP, sublinhando que é uma verba entregue ao setor privado “sem qualquer justificação” e que é necessária para investir no SNS.
“Tendo em conta a experiência anterior e considerando que a vacinação é muito mais do que uma tarefa, é uma intervenção que requer rigor, competência de quem a administra e conhecimentos científicos para poder atuar no caso de existir alguma intercorrência, consideramos que a opção do Governo não é a mais segura para os utentes”, advertiu o sindicato.
“Só falta mesmo confirmar se as farmácias vão receber as vacinas primeiro que os centros de saúde”, remata o SEP.
A campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe vai começar em 29 de setembro e abrange maiores de 60 anos, residentes em lares, profissionais de saúde, trabalhadores dos lares e doentes crónicos, sendo que pela primeira vez as farmácias vão administrar a vacina contra a covid-19, que será dada em simultâneo com a vacina da gripe, a maiores de 60 anos sem doenças crónicas.
(Notícia corrigida às 14h58. O valor estimado pelo sindicato é de 11,5 milhões de euros e não de 35 milhões, como inicialmente referido)
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