Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa refere que "o valor de alienação acordado é de 10,2 milhões de euros, mas o impacto contabilístico ainda não está totalmente avaliado".
Decorrente deste valor, "a Impresa estima incorrer em imparidades do 'goodwill' [ativo intangível que surge muitas vezes da aquisição de uma empresa por outra, correspondendo à diferença entre o que uma empresa paga para adquirir outra e o valor patrimonial dessa mesma empresa], que estão em fase de quantificação, de custos de reestruturação, além da avaliação do impacto fiscal", prossegue o grupo, adiantando que "o valor da alienação e respetivo impacto contabilístico nas contas anuais de 2017 serão oportunamente divulgados, no momento que estejam disponíveis".
Anteriormente, a dona da SIC tinha revelado que o negócio da venda de 12 revistas do grupo, entre as quais a Visão, tinha ficado concluído hoje, mas sem revelar valores.
"A Impresa – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. informa que a sua subsidiária Impresa Publishing. S.A. celebrou, nesta data, um contrato de transmissão do negócio atinente às publicações Activa, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, TeleNovelas, TV Mais, Visão, Visão História e Visão Junior, a favor da sociedade Trust in News, Unipessoal, Lda. […], com efeitos a 1 de janeiro de 2018", lê-se no comunicado.
"Esta alienação foi realizada no seguimento do Plano Estratégico para triénio 2017-2019 e do reposicionamento da atividade da Impresa, com um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital", acrescenta a Impresa, que é acionista da Lusa, detendo 22,35% da agência de notícias.
Em 23 de agosto último, a Impresa admitiu a venda das revistas no âmbito do reposicionamento estratégico do grupo, sendo que em 6 de novembro anunciou que tinha recebido uma proposta do antigo jornalista Luís Delgado para a compra do portefólio, que seria negociado com caráter de exclusividade até final de 2017.
O Plano Estratégico da Impresa, divulgado em 2 de março do ano passado, apontava cinco metas para o triénio 2017-2019, entre elas "concentrar em negócios e marcas com potencial de crescimento, reduzindo ou repensando as atividades que não tenham um contributo estratégico para o grupo, e simultaneamente encontrar novas oportunidades de investimento, obtendo até ao final do triénio um EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] de 1,5 milhões de euros em novos negócios".
Entre janeiro e setembro do ano passado, as receitas totais do segmento 'publishing' caíram 3,7%, em termos homólogos, para 34 milhões de euros (subiram 2,5% para 11,7 milhões de euros no terceiro trimestre).
Os prejuízos da Impresa nos primeiros nove meses de 2017 atingiram os 165 mil euros, uma melhoria face aos 585 mil euros negativos registados em igual período de 2016.
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