O ataque, que foi perpetrado por um ex-aluno de 20 anos, de nacionalidade russa, que estava a ser acusado de radicalismo e deixou três pessoas feridas, foi descrito pelo Presidente Macron como “terrorismo islâmico”.

O caso abalou sobretudo os professores, que já tinham sido afetados há três anos pelo assassínio de um docente, Samuel Paty, decapitado a 16 de outubro de 2020 por ter mostrado caricaturas de Maomé nas aulas.

Na segunda-feira, às 14:00 (13:00 em Lisboa), será respeitado um minuto de silêncio nas escolas francesas em homenagem às vítimas de atentados nas escolas, anunciou no sábado o ministro da Educação, Gabriel Attal.

“Estaremos presentes para garantir a vossa segurança”, prometeu a primeira-ministra Elisabeth Borne aos professores no sábado.

A reunião realizou-se hoje na praça central da cidade, não muito longe do complexo escolar de Gambetta, palco do ataque, que ocorreu num contexto de receios de que o conflito no Médio Oriente pudesse refletir-se em França.

A sirene da cidade tocou várias vezes na praça, que estava repleta de pessoas num silêncio mortal.

Desde sexta-feira, a França está em alerta de “ataque de emergência”, o nível mais elevado do sistema Vigipirate, e planeia enviar 7.000 soldados para todo o país até segunda-feira.

“O clima de ‘jihadismo’, de ação, é evidente desde sábado passado”, quando o Hamas atacou Israel, declarou no sábado o ministro do Interior, Gérald Darmanin, apresentando a sua “linha firme”: a “expulsão sistemática de qualquer estrangeiro (…) considerado perigoso pelos serviços de informação”.

O receio de um atentado levou à evacuação do Museu do Louvre e depois do Palácio de Versalhes, no sábado, com base em falsos alarmes, mas hoje ambos os equipamentos reabriram nos seus horários normais.

Desde a sua detenção, o autor do atentado, Mohammed Mogouchkov, que, segundo testemunhas, gritou “Allah Akbar”, “não se explicou”, declarou uma fonte policial à AFP.

Mogouchkov tinha sido recentemente monitorizado pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), devido, segundo Gérald Darmanin, a ligações com o seu pai, que também foi investigado por radicalização e deportado em 2018, e com o seu irmão, preso por envolvimento num ataque planeado ao Palácio do Eliseu.

Segundo uma fonte policial, ele chegou a França em 2008 e, de acordo com as autoridades francesas, nasceu na república russa da Inguchétia, predominantemente muçulmana, mas não podia ser legalmente deportado por ter entrado no país antes dos 13 anos, como salientou Gérald Darmanin.

Desde o atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015 (12 mortos), uma série de ataques ‘jihadistas’ já matou mais de 260 pessoas em França.