Com uma área ardida já de cerca de 4.500 hectares, principalmente de mato e algum pinhal, e com o tempo quente e o vento forte verificados, era expectável que se verificassem reacendimentos ao longo do dia no incêndio que deflagrou domingo, na Samardã.
“Houve um ou outro reacendimento mais complexo, mas o facto de podermos contar com estes meios aéreos tem permitido agir com celeridade e tem permitido que estes processos estejam resolvidos”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, num ponto de situação feito aos jornalistas pelas 17:00.
Neste teatro de operações, segundo o autarca, estão espalhados mais de 500 operacionais, com “capacidade para agir de forma rápida e eficaz”, fazendo face a este “ato criminoso” que foi o incêndio nesta área.
O autarca especificou que se verificaram “quatro ignições no início do fogo”, no alto da serra do Alvão, o qual se repartiu depois em três frentes: na serra do Alvão, Mouçós e de Vila Pouca de Aguiar.
“Qualquer uma delas [frentes] aparentemente caminha para a extinção do incêndio, mas a qualquer momento surgem reacendimentos e esses reacendimentos tornam-se claramente perigosos”.
Durante o dia, vários meios aéreos, com o reforço dos dois aviões gregos que estão em Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, estiveram a operar neste teatro de operações.
“Quando a noite chegar, os meios aéreos deixarão de poder atuar e, claramente, os reacendimentos serão mais difíceis de debelar”, salientou.
Rui Santos disse que, nos próximos dois dias, “é expectável que estes reacendimentos voltem a acontecer” e, portanto, frisou que os meios terão de permanecer no terreno para “salvaguardar as ignições que, entretanto, vierem a ressurgir e serem o mais depressa possível debeladas”.
“O incêndio lavrou muito perto de casas e de alguns aglomerados populacionais, de algumas aldeias, e, em qualquer um desses lugares pode haver reacendimentos e, portanto, a atenção tem que ser permanente”, frisou.
Não há, até ao momento, registo de danos em casas de primeira habitação, mas, de acordo com Rui Santos, “há claramente prejuízos grandes em termos agrícolas e agroflorestais que é preciso avaliar e é preciso encontrar soluções para aqueles que foram prejudicados”.
O fogo bateu no Parque Natural do Alvão, queimando uma área muito pequena.
Após algumas críticas, Rui Santos fez questão de esclarecer que a câmara municipal está a tratar do apoio logístico de toda esta operação, frisando que todos os bombeiros no terreno estão a ser alimentados, com quatro refeições por dia.
“Todos os apoios que os populares nos quiserem entregar são bem-vindos, mas a câmara garante toda a logística, o abastecimento, as maquinas de rasto, a alimentação”, referiu.
Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção (ANEPC), para o local estavam mobilizados, pelas 18:00, 521 operacionais, 149 viaturas e nove meios aéreos.
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