"Há um golpe de Estado em Caracas e aqui (em Valência) nas ruas as pessoas estão a sair porque ou é agora ou nunca. Há um grito de liberdade", disse Fátima Loreto à agência Lusa, por telefone, a partir de Valência.
Valência situa-se a cerca de 150 quilómetros de Caracas e é a capital e maior cidade do estado de Carabobo.
Esta professora universitária, que representa junto do Governo português os cerca de 40 mil portugueses e lusodescendentes residentes em Valência, adiantou que muitas pessoas não estão a ir trabalhar para se juntarem, nas ruas, ao movimento "Operação liberdade", de Juan Guaidó.
"Queremos que saiam estes delinquentes porque o que temos na Venezuela é uma ditadura. A maioria aqui é oposição", afirmou.
Fátima Loreto disse estar em contacto com os restantes seis membros do Conselho das Comunidades na Venezuela e manifestou a intenção de contactar o consulado de Portugal na cidade para ver como é que está a ser acompanhada a comunidade portuguesa.
A conselheira manifestou ainda receio de que as manifestações possam degenerar em violência.
"O problema deste Governo é que manda os delinquentes em motos e com armas a disparar, mas o povo está a sair e a ver o que vamos fazer", disse, estimando que os negócios dos portugueses possam ser afetados em caso de protestos violentos.
O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou hoje que os militares deram “finalmente de vez o passo” para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação” do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.
O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.
"Informamos o povo da Venezuela que neste momento estamos a enfrentar e desativar um reduzido grupo de militares traidores que se posicionaram no Distribuidor Altamira (leste de Caracas), para promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República", anunciou o ministro venezuelano de Comunicação e Informação na sua conta do Twitter.
O Governo português pré-ativou os mecanismos de apoio aos portugueses e lusodescendentes que vivem na Venezuela, na sequência das movimentações militares naquele país, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Recomendando aos portugueses na Venezuela que “tomem as medidas de segurança indispensáveis nesta altura”, Santos Silva adiantou que, para já, ainda não há pedidos de apoio de portugueses.
Nos consulados de Caracas e Valência estão inscritos 180 mil portugueses e luso-descendentes, segundo dados do Governo português.
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