Até agora, foram contados 5.264.104 votos, dos quais 3.558.320 foram para o Grande Pólo Patriótico (GPP), em eleições contestadas pela oposição, que apelou ao boicote.
Uma aliança liderada pelos partidos tradicionais Ação Democrática (AD) e o Comité de Organização Política Eleitoral Independente (Copei) ficou em segundo lugar, com 944.665 votos (17,95%), informou a presidente do CNE, Indira Alfonzo.
Tanto o AD como o Copei sofreram a intervenção do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que impôs como líderes de ambos os partidos antigos militantes que foram expulsos e acusados de corrupção pelos seus antigos colegas.
Apesar de os políticos que lideram estes partidos por escolha dos seus membros terem optado por não participar nas eleições, incluindo o grupo liderado por Juan Guaidó, os responsáveis nomeados pelo STJ decidiram ir às urnas.
Em terceiro lugar ficou outra aliança liderada pelo Vontade Popular (VP), o partido de Leopoldo López e Guaidó, que também sofreu a ingerência do STJ, e que inclui ainda o Venezuela Unida (VU) e o Primeiro Venezuela (PV). Esta aliança obteve 220.502 votos, o que representa 4,19%.
O Partido Comunista Venezuelano teve 143.917 votos (2,73 %), enquanto o resto das formações obtiveram 357.609 votos (6,79 %).
A taxa de participação, de 31%, segundo o CNE, é ligeiramente superior à de 2005, quando a oposição tradicional também não participou e o ‘chavismo’ conquistou a maioria absoluta dos lugares por um período de cinco anos.
Nas eleições de domingo disputavam-se 277 lugares no parlamento, mais 110 do que nas últimas eleições parlamentares, e ainda não se sabe quantos representantes cada lado ganhou, embora seja claro que o partido no poder obteve uma clara maioria.
Para dominar a última instituição que escapa ao seu controlo, Maduro precisa de pelo menos 185 deputados na nova Assembleia Nacional, que tomará posse no dia 05 de janeiro, para ter a maioria qualificada de dois terços, com a qual pode assumir o controlo total da Câmara e exercer todos os poderes legislativos.
Nas últimas eleições parlamentares, ganhas pela oposição, 74,25% das listas eleitorais participaram, naquelas que foram as votações legislativas mais concorridas da história do país sul-americano. Desde então, a tendência abstencionista tem vindo a crescer, devido à desconfiança na votação.
As normas venezuelanas não estabelecem um mínimo de participação, pelo que a elevada abstenção, a que a oposição, liderada por Juan Guaidó, tinha apelado, não põe em causa a legalidade das eleições, ainda que não sejam reconhecidas pela União Europeia (UE) ou pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
As mesas de voto deveriam ter fechado às 18:00 (22:00 em Lisboa), mas o CNE prorrogou a abertura por mais uma hora ou até que não houvesse pessoas à espera na fila.
Apesar disso, o dia foi marcado por uma forte abstenção, a rondar os 69%.
Comentários