“Hoje a nível mundial vão saber que estamos, 90% dos venezuelanos do lado correto da história, para alcançar a democracia e liberdade, é do lado de nosso presidente realmente eleito, Juan Guaidó”, disse Aura Rodrigues da associação Venexos.
A responsável destacou que a manifestação teve como único objetivo “apoiar o Presidente interino, que é Juan Guido”.
“Não é fácil para os venezuelanos traçar este caminho, mas vamos superar e falta pouco”, declarou, recordando que “durante a ditadura de Nicolas Maduro morreram cerca de 250 pessoas”, 45 das quais em 2019, além de pedir a liberdade de todos os presos políticos naquele país latino-americano.
Depois de ler o nome destas últimas 45 vítimas, os manifestantes observaram um minuto de silêncio e entoaram os hinos da Venezuela e de Portugal.
Aura Rodriguez salientou que os venezuelanos vão “continuar lutando para que ajuda humanitária chegue a quem tem de chegar”.
“Queremos agradecer ao Parlamento Europeu por reconhecer Juan Guidó como Presidente interino da Venezuela”, enfatizou, solicitando ao “Governo português que, por favor, cumpra e se una ao povo venezuelano, reconhecendo Juan Guaidó como diz a Constituição” venezuelana.
A responsável argumentou que Juan Guaidó “não se autoproclamou”, mas “ocupou um posto livre como diz a Constituição” venezuelana.
“A saída de Nicolas Maduro do cargo de Presidente, o reconhecimento de Juan Guaidó como Presidente para que a Venezuela realize eleições livres - o que não pode acontecer numa ditadura - e a abertura de um canal humanitário”, foram as pretensões enunciadas por Aura Rodriguez.
À agência Lusa, esta responsável disse que “em breve será a República da Venezuela”, perspetivando que muitos dos que saíram do seu país, com a situação resolvida vão querer regressar.
Um dos manifestantes, Tomás Marquez, amarrado com correntes, e que agitava uma bandeira da Venezuela de grandes dimensões, declarou que “hoje ou nos próximos dias elas [correntes] vão rebentar” e o seu país será livre da “ditadura”.
Residente há 15 anos na Madeira, referiu que “vai continuar na região, mas o seu coração, está na Venezuela”, considerando que o fim da ditadura é “uma questão de horas ou dias”.
Uma jornalista lusodescendente, Carolina Mendez, que está na Madeira há apenas quatro meses “devido à situação na Venezuela”, assegurou que os venezuelanos vão “continuar a lutar pela democracia no país”.
Acompanhada pelos dois filhos, um menino com poucos anos, e uma menina que já nasceu na Madeira, salientou que finalmente o mundo “reconhece Nicolas Maduro como um ditador”.
“Acredito que já se resolveu a situação do nosso país, estamos muito perto da liberdade”, opinou.
Presente na iniciativa estava também José de Freitas, um madeirense que esteve emigrado mais de 40 anos na Venezuela e regressou há cerca de seis meses à ilha.
Com a voz embargada e lágrimas nos olhos, enfatizou a “esperança que agora é oportunidade de Maduro sair e a Venezuela se equilibrar e voltar a ser o país que era”, porque “gostaria de regressar
A sua neta, Maria Vitória, com apenas 10 anos, fez questão de falar para dizer que “adorava aquele lugar [Venezuela], mas agora veio ele [Nicolas Maduro]”.
Também Wilmer Mendez está na Madeira “há três meses por causa da crise na Venezuela” e quis mostrar o seu apoio ao Presidente interino Juan Guaidó que está a ser “mundialmente apoiado”, opinando que “Maduro não vai abandonar o cargo, está disposto a morrer”.
Depois dos discursos, sons de música venezuelana ecoavam na praça do município.
Guaidó convocou para hoje, dia do 20.º aniversário da Revolução Bolivariana, uma grande manifestação, em Caracas e “em redor do mundo”, para exigir eleições livres a Nicolas Maduro.
A crise política na Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes vivem na Venezuela.
Comentários