“Esta nomeação constitui mais um sinal do indefetível empenho da União Europeia (UE) numa solução política, inclusiva e pacífica para a crise no país [Venezuela], através da realização de eleições presidenciais livres e democráticas, permitindo um acompanhamento reforçado da situação por parte do Grupo de Contacto Internacional”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), em nome do Governo português, num comunicado enviado às redações.

A Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, a italiana Federica Mogherini, nomeou hoje o economista Enrique Valentín Iglesias García para seu conselheiro especial para a questão da Venezuela.

A nomeação de Enrique Iglésias decorreu no âmbito dos trabalhos do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela, tendo este a responsabilidade de apoiar o trabalho da UE e do Grupo na procura de uma solução democrática para a crise na Venezuela.

O Grupo de Contacto Internacional integra a União Europeia (UE), oito países europeus (Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha, França e Suécia), e quatro países latino-americanos (Costa Rica, Equador, Uruguai e Bolívia).

“Enrique Iglesias, com nacionalidade espanhola e uruguaia, tem um extenso e valioso curriculum, destacando-se o exercício dos cargos de secretário-geral da Conferência Ibero-americana, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ministro dos Negócios Estrangeiros do Uruguai, valendo-lhe um amplo reconhecimento internacional”, destacou o ministério tutelado por Augusto Santos Silva.

“O Governo português está seguro de que Enrique Iglesias desempenhará com grande zelo e competência as suas importantes funções, para as quais lhe deseja o maior sucesso”, concluiu a breve nota.

No final de janeiro deste ano, o presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente interino da Venezuela e foi quase de imediato reconhecido por mais de 50 países. Guaidó indicou que o objetivo era conduzir o país à realização de “eleições livres e transparentes”.

Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio a Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime, mas não houve desenvolvimentos na situação até ao momento.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou as iniciativas do presidente do Parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderado pelos Estados Unidos.

À crise política na Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que já levou mais de três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

O clima de crise e de incerteza política também tem tido repercussões no abastecimento energético do país, que enfrenta igualmente falta de medicamentos e de alimentos, bem como dificuldades de acesso à ajuda humanitária.

Segundo dados do Governo, estão registados nos consulados da Venezuela cerca de 180.000 portugueses, mas estima-se que o total de portugueses e lusodescendentes no país possa ultrapassar os 300 mil.

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