“O secretariado da ONU decidiu não fazer parte de nenhum desses grupos a fim de manter a credibilidade da nossa oferta de bons ofícios a ambos os lados para estarmos em condições, a pedido deles, de ajudar a encontrar uma solução política”, declarou António Guterres à imprensa.

Guterres explicou que tem estado em contacto com vários governos, mas decidiu “não ser parte de nenhum desses grupos para dar credibilidade à oferta de bons ofícios”, sem contudo precisar a que grupos se referia.

Hoje realiza-se em Otava, no Canadá, uma reunião ministerial do Grupo de Lima, com a participação de uma dezena de países latino-americanos e, através de videoconferência, do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

Criado em 2017, o Grupo de Lima é integrado pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia.

Na quinta-feira, 07 de fevereiro, realiza-se em Montevideu uma conferência de países e organizações com “uma posição neutral”, convocada pelo México e pelo Uruguai, países que até agora não tomaram partido.

Esta iniciativa visa “estabelecer as bases de um novo mecanismo de diálogo que, com a inclusão de todas as forças venezuelanas, contribua para devolver a paz e a estabilidade ao país”.

No mesmo dia, também em Montevideu, realiza-se a primeira reunião ministerial do Grupo de Contacto internacional para a Venezuela, criado pela União Europeia (UE) e integrado, do lado europeu, por Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha,Reino Unido, Holanda e Suécia e, do lado latino-americano, pela Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.
Este grupo visa “promover o entendimento e a atuação comum entre atores internacionais” e obter uma saída pacífica e democrática para a crise na Venezuela através da realização de eleições presidenciais.

António Guterres ofereceu na semana passada os seus “bons ofícios” para encontrar uma solução política para a crise na Venezuela, mediação que só será realizada se for pedida por ambas as partes.

A ONU tem insistido que não lhe cabe reconhecer ou não reconhecer governos desde o agravamento da crise política na Venezuela, com a autoproclamação como presidente interino do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, a 23 de janeiro.

Estados Unidos, o Canadá, e vários países latino-americanos, designadamente o Brasil e a Colômbia, reconheceram rapidamente Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e, hoje, mais de uma dezena de países da UE, entre os quais Portugal, fizeram o mesmo.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

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