“O que aconteceu hoje (…) é o pior na história da Venezuela, Nicolás Maduro está a dissolver a democracia e a República. E face a isso a Unidade Democrática e os deputados da Assembleia Nacional apelamos ao povo a rebelar-se”, disse o presidente do parlamento, Júlio Borges, na qualidade de porta-voz de la Mesa de Unidade Democrática.

O deputado disse, em conferência de imprensa da aliança da oposição, que a convocação da Assembleia Constituinte “é uma farsa para enganar o povo venezuelano”, um mecanismo que “agrava” o golpe e destrói a constituição, a democracia e o voto.

Borges disse que com este anúncio, Maduro “foge do precipício”, pois o que propõe é “uma farsa” em que “ninguém” o acompanha.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou na segunda-feira os venezuelanos para elegerem uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã, para, justificou, preservar a paz e a estabilidade da República.

O anúncio teve lugar durante uma transmissão simultânea e obrigatória pelas rádios e televisões do país, no âmbito de uma marcha de simpatizantes, em Caracas, para assinalar o Dia do Internacional dos Trabalhadores.

Segundo Nicolás Maduro, como parte das suas “atribuições constitucionais”, está a reforma do Estado venezuelano, modificar a ordem jurídica e a convocatória permitirá redigir uma nova Constituição, para conseguir “a paz da República”.

A oposição pediu aos venezuelanos que a partir das 06:00 horas (11:30 horas em Lisboa) de hoje saiam à rua, de maneira pacífica, para “bloquear” as ruas do país.

Por outro lado, o parlamento, onde a oposição detém a maioria, prevê realizar hoje uma sessão onde vai convocar uma “mega ação de rua” contra Nicolás Maduro.

As marchas a favor e contra o Presidente venezuelano, intensificaram-se há um mês e, segundo dados oficiais, 28 pessoas morreram.

Fontes não oficiais elevam a 34 o número de mortos em manifestações, nas quais mais de 500 pessoas ficaram feridas e mais de 1.300 foram detidas.