Em Caracas, os manifestantes partiram de 20 pontos distintos em direção à autoestrada Francisco Fajardo, em Altamira (leste), impedindo a circulação de viaturas nos dois sentidos, numa ação que se prolongou por sete horas.
No interior do país, no Estado de Mérida (670 quilómetros a sudoeste de Caracas), a Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) reprimiu, com gás lacrimogéneo uma concentração de opositores na Avenida 16 de Setembro e, segundo o presidente da câmara de Mérida, Carlos Garica, várias pessoas foram detidas pelas autoridades, entre elas o dirigente estudantil Carlos Ramírez, da Universidade de Los Andes.
Também em Carabobo (150 quilómetros a oeste da capital) há registo da detenção de pelo menos 14 pessoas e número indeterminado de feridos, em El Trigal, depois de a polícia atacar os manifestantes com gás lacrimogéneo, apesar de ter antes chegado a um acordo com eles para manter fechada somente uma faixa de rodagem.
Em Táchira, 850 quilómetros a sudoeste da capital, os produtores de gado uniram-se ao protesto da oposição e levaram vacas para a estrada, ofereceram leite e queijo fresco aos manifestantes e participaram depois na confeção de um cozido.
Fontes não oficiais dão conta de que pelo 95% dos estabelecimentos comerciais de Coloncito não abriram hoje as portas e que o transporte público de passageiros esteve paralisado.
Por outro lado, em Anzoátegui, 310 quilómetros a leste de Caracas, os manifestantes encerraram a Avenida Intercomunal que liga as localidades de Barcelona e Puerto la Cruz.
Em Barquisimeto, no Estado de Lara, 380 quilómetros a oeste da capital, os manifestantes bloquearam a estrada principal de Cardenalito, apesar de tentativas das forças de segurança para dispersar o protesto.
A nordeste da Venezuela, na Ilha de Margarita, centenas de pessoas concentraram-se na avenida Juan Bautista Arismenti, tendo a ação sido reprimida com disparos de balas de borracha e gás lacrimogéneo pela Guarda Nacional Bolivariana.
As manifestações contra e a favor do Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 01 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ter divulgado duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Os protestos da oposição visam ainda a convocação de uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio por Nicolás Maduro.
Dados oficiais dão conta de que pelo menos 38 pessoas já morreram nestas ações.
Todavia, segundo o Observatório Venezuelano de Conflituosidade Social, entre 01 de abril e 07 de maio, pelo menos 44 pessoas morreram em ações relacionadas com os protestos.
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