"Se o presidente Maduro não faz aquilo que é suposto fazer-se em democracia, porque não é um democrata, obviamente que eu espero que este, chamemos-lhe golpe, chamemos-lhe o que quisermos, surta o efeito necessário para conseguir ter um regime democrático na Venezuela (...) e que haja, da parte do Governo português, uma especial atenção aos portugueses que estão na Venezuela", afirmou hoje Rui Rio, em Braga, à margem da apresentação do manifesto eleitoral do PSD às eleições europeias.

O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou hoje que os militares deram "finalmente e de vez o passo" para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação" do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.

"Aquilo que foi a posição que o PSD tomou - aliás, quer o Governo quer outros partidos tomaram - que haja eleições livres na Venezuela para escolher o Presidente da Republica da Venezuela", afirmou o presidente do PSD.

"O que espero é que corra sem grande violência e que a Venezuela fique em condições de realizar eleições livres", completou.

Sobre a situação em curso naquele país sul-americano, Rui Rio afirmou ainda esperar que, "se o Maduro nunca cumpriu isso [eleições livres], e agora ele cai", com a "queda de Maduro se organizem eleições livres na Venezuela, para que o povo possa voltar à normalidade, porque a situação presente é insustentável".

Esta tarde, militares venezuelanos tentaram dispersar violentamente centenas de pessoas concentradas na autoestrada Francisco Fajardo, junto da Base Área de La Carlota, em apoio ao autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

Imagens divulgadas pela CNN deram conta do momento em que os militares lançaram viaturas blindadas da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), contra os manifestantes que respondiam com o arremesso de pedras.

Manifestantes que estiveram na autoestrada explicaram à agência Lusa que tiveram que abandonar o local porque grupos de motociclistas armados, afetos ao regime [conhecidos localmente como 'coletivos'], foram até ao distribuidor Altamira, onde efetuaram disparos para assustar os populares.