A detenção do ex-ministro teve lugar quando participava numa conferência de imprensa no Hotel Presidente, em Caracas, promovida pelo opositor Movimento Amplo Desafio de Todos, que ele lidera.
Oito funcionários armados entraram no hotel e detiveram o ex-ministro, que não opôs resistência à detenção, tendo sido depois levado, numa viatura oficial do SEBIN, para a sede daquele organismo, em Praça Venezuela, nas proximidades do sítio onde ocorreu a detenção.
Entretanto, segundo as rádios locais, Miguel Rodríguez Torres, é acusado pelo Governo de "incorrer em ações contra a paz e a tranquilidade pública e em um 'complot' para atentar contra a unidade monolítica das Forças Armadas Venezuelanas".
Também de estar envolvidos em "atos armados e conspirações" contra a Constituição, que teriam sido detetados pelas autoridades e desmantelados.
O ex-ministro é ainda suspeito de ter vínculos com organismos de inteligência dos Estados Unidos.
Em fevereiro último, Miguel Rodríguez Torres foi inabilitado legalmente pela Procuradoria-Geral da República, de se candidatar a algum cargo político durante 12 meses, o que o impedia de candidatar-se às próximas eleições presidenciais previstas para 20 de maio.
Miguel Eduardo Rodríguez Torres, nasceu em Caracas a 21 de janeiro de 1964. Foi major-general do Exército venezuelano. Especializado em infantaria participou em diversas operações especiais e era paraquedista militar.
Possui pós-licenciaturas em gestão, logística, finanças, negociação e resolução de conflitos, sendo doutor em Ciências Administrativas e de Gestação.
Entre 2013 e 2014 foi ministro venezuelano de Relações Interiores de Justiça, do Presidente Nicolás Maduro.
A 04 de fevereiro de 1992 participou na primeira intentona de golpe de Estado, falida, contra o falecido Presidente Carlos Andrés Pérez, que presidiu a Venezuela em duas oportunidades, 1974 a 1979 e 1989 a 1993.
Em 2002 foi nomeado diretor da Direção dos Serviços de Inteligência e Prevenção (Disip, antigos serviços secretos), pelo falecido Presidente Hugo Chávez (presidiu o país entre 1999 e 2013), tendo liderado uma reforma que transformou a DISIP em SEBIN.
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