Segundo o Jornal de Notícias (JN), os meios mais diferenciados do INEM não cumprem, na maioria das ocorrências, os tempos de resposta preconizados para estabilização da vítima de trauma grave no local de assistência à vítima.
Assim, sendo este um indicador importante para reduzir a mortalidade, as vítimas ficam mais tempo à espera da chegada do meio de socorro, o que faz com que a chegada ao serviço de urgência também seja prolongada no tempo.
Além disso, o tempo de permanência dos meios no local da ocorrência estão acima dos 20 minutos que surgem numa norma de 2022 da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a Via Verde do Trauma. Contudo, os indicadores internacionais referem 30 minutos para permanência das equipas no local.
No que diz respeito às ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV), estas demoram em média 33 minutos a estabilizar a vítima antes de a transportar ao hospital, enquanto as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) levam 28 minutos e os helicópteros de emergência médica (HEM) 45 minutos.
Segundo os indicadores da DGS, as SIV e os helicópteros não cumprem o tempo de estabilização da vítima em 80,2% e 81,8% das ocorrências. As VMER não cumprem em 63,5% dos casos.
E isso tem consequências. “Estes tempos constituem uma preocupação porque sabemos que há três picos de mortalidade no trauma: logo no início, até à primeira hora e nos cuidados intensivos”, explica Sandra Rito, enfermeira de medicina intensiva da ULS de Coimbra e primeira coautora do estudo realizado pela Ata Médica Portuguesa, aprovado pelo INEM.
Ao todo foram analisadas 2764 intervenções realizadas pelo INEM em 2022 no Centro (36% das SIV, 62,2% das VMER e 1,8% dos HEM).
De recordar que, esta semana, a ministra da Saúde anunciou que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) vai fazer uma auditoria ao INEM que incluirá uma análise dos tempos de resposta.
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