Tudo começou quando, ao inicio da tarde desta terça-feira, 7 de fevereiro, a polícia espanhola deteve Samuel Crespo Domínguez, também conhecido por S.C.D., um narcotraficante referenciado pelas autoridades por pertencer ao grupo criminoso "Los Castañitas" e sob quem havia um mandado de captura. O suspeito, de 32 anos, foi visto na zona de El Zabal, em Cádiz, e ao tentar fugir de mota acabou por cair e ficar ferido na cara e numa perna. As autoridades transportaram-no, de seguida, até ao hospital de La Línea de la Concepción onde viria a receber tratamento médico.

Normal, até aqui. Porém, o desfecho desta operação ganhou contornos inesperados.

Escreve o jornal espanhol El País que duas dezenas de homens chegaram ao hospital em veículos todo o terreno e entraram à força no espaço de cuidados médicos. Aos empurrões e com evidente agressividade, os criminosos levaram o narcotraficante, sem que os dois polícias que vigiavam o suspeito conseguissem impedi-los, apesar de o terem tentado.

Um dos dos elementos do grupo foi detido, mas os restantes conseguiram sair do hospital perante o olhar impávido dos presentes.

Apesar do pânico que se instalou, ninguém ficou ferido e não foram causados danos maiores para o hospital. Após a fuga, as autoridades montaram um forte dispositivo policial e desencadearam uma operação para localizar os suspeitos, que continuam a monte.  As imagens captadas pelas câmaras de videovigilância do hospital estão a ser usadas para identificar os membros do grupo.

Aos jornalistas, o ministro do Interior espanhol, Juan Antonio Zoido, nega que existam falta de meios nos mecanismos de segurança contra o narcotráfico naquela região. O ministro respondeu, desta forma, às críticas dos partidos da oposição e dos sindicatos de polícia que defendem haver “falta de pessoas e de meios" em Cadiz, cidade com mais de 60 mil habitantes e com "com elevado índice de delinquência”.

Também o corpo médico do hospital teceu fortes críticas. De acordo com o El Espanhol, os profissionais de saúde concentraram-se esta quarta-feira, pela manhã, à porta das urgências. Apesar de considerarem este um incidente "excecional", reclamam por explicações por parte da Administração e por um protocolo que garanta maior segurança em situações que envolvam cuidados com detidos.