O programa ainda não está definido, mas a Presidência da República e o Vaticano anunciaram formalmente, esta semana, a visita de dois dias, a 12 e 13 de maio de 2017.

Em novembro, o papa Francisco confidenciou ao cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, que a sua vontade é a de apenas visitar Fátima.

Segundo Manuel Clemente, o líder da Igreja Católica foi muito claro ao dizer: "Eu quero ir a Fátima, só a Fátima, ver a Senhora".

O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, considerou que o papa "quererá concentrar-se nas celebrações" dos 100 anos das Aparições, deslocando-se à Cova de Iria como um "peregrino mariano".

Mesmo que restrita a Fátima, a visita está a animar o setor hoteleiro de outros pontos do país, tendo unidades de Lisboa, Coimbra e Figueira da Foz já recebido reservas.

De acordo com o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, Fátima estará "seguramente esgotada", sendo que, num raio de cem quilómetros, se nota "a influência direta das reservas para Fátima", especificamente para a visita do papa.

Por isso, não tem dúvidas de que 2017 será "um ano de afirmação" não apenas da mensagem e marca de Fátima, mas também "do turismo religioso e cultural".

A visita é considerada uma oportunidade para a hotelaria regional e nacional, mas, a este nível, não mudará muito o que já se passa sempre em Fátima nesta altura do ano.

O vice-presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima, Alexandre Marto Pereira, disse que não haverá reflexos na ocupação das seis mil camas existentes nos hotéis de Fátima: "Não há quartos como tradicionalmente nunca há nestas noites de 12 de maio. A noite de 12 para 13 de maio está sempre completa".

Os preços para maio de 2017, a exemplo dos meses de maior procura em cada ano, são negociados com os operadores turísticos "muitos meses ou até anos antes", explicou, estimando que se sinta um acréscimo de mais 30 por cento.

Na opinião do presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, a visita do papa Francisco dará uma grande projeção a Fátima e a Portugal não só em maio do próximo ano, mas também no futuro.

O autarca sublinhou que se trata de "mais um momento de visibilidade e de centralidade" para Fátima, que é uma "marca" de Portugal que tem "um potencial enorme" de crescimento.

Está previsto "um programa de iniciativas paralelas da sociedade civil" e a autarquia tem estado a "trabalhar com o Governo no sentido de modernizar e qualificar alguns locais de Fátima".

A 07 de setembro de 2015, no encontro dos bispos de Portugal com o papa durante a visita 'ad Limina', este demonstrou o "desejo profundo" de visitar Fátima, ao afirmar: "Tengo ganas de ir a Fátima".

A 17 de março, durante a primeira visita oficial como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa convidou-o formalmente para uma visita a Portugal.

Apesar de todo o entusiasmo, há quem esteja contra a visita e tenha promovido uma petição.

"O que nós achamos é que o papa, ao visitar Fátima, credibiliza, ratifica a situação, que começou por ser uma mentira e que hoje em dia é essencialmente um negócio", explicou o músico Pedro Barroso, que promoveu a petição junto com o advogado Carlos Tomé e o padre Mário de Oliveira, da Lixa, entre outros.

O papa Francisco deverá estar em Portugal a 12 e 13 de maio de 2017.

Francisco será o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI - 50 anos das Aparições -, João Paulo II (12-15 de maio de 1982, 10-13 de maio de 1991 e 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010).

O papa João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no aeroporto de Lisboa, em 1982, a caminho da América Central.

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