Situado a 16 quilómetros do Porto, o parque de campismo de Angeiras, em Matosinhos, é habitualmente procurado durante os fins de semanas e férias, mas nos últimos tempos são várias as pessoas que se têm deslocado ao parque para pedir informações.

Fonte do parque, que é gerido pela Orbitur, adiantou à Lusa que são também vários os que ligam a pedir valores e preços, mas neste momento “ninguém vive no parque”.

A sul, o parque de campismo Marisol, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, sentiu um aumento na procura a partir do mês de junho.

“Tivemos várias pessoas a ligar e perguntar o valor, sobretudo professores e enfermeiros”, afirmou Rafael Carvalho.

A falta de vagas anuais no parque, que tem condições para acomodar tendas, caravanas e autocaravanas, fez com pque muitos dos que o procuraram não ficassem.

A procura e o interesse foram também sentidos no parque de campismo dos Salgueiros, localizado a seis quilómetros da cidade do Porto, que durante todo o ano recebe aqueles que se deslocam de autocaravana ou caravana, ou simplesmente pretendem acampar.

"Vão aparecendo algumas pessoas, mas, depois de fazerem contas, constatam que os preços não compensam", adiantou à Lusa Vasco Vasconcelos.

Também no parque de campismo Sol de Vila Chã, localizado numa pequena freguesia piscatória localizada entre Vila do Conde e o Porto, foram vários os que procuraram saber se o parque, aberto desde 1990, disponibilizava caravanas, tendas ou se necessitavam do seu próprio equipamento, adiantou à Lusa João Canito.

Com uma área aproximada de 30 mil metros quadrados e capacidade para 480 utentes, o parque não permite a estadia permanente.

"Sabemos que há parques que o fazem, mas nós não fazemos, a lei não permite", destacou.

O atual cenário de crise tem-se traduzido em falta de alternativas habitacionais.

Para sábado estão previstas manifestações pelo direito à habitação em diferentes cidades do país, envolvendo cerca de 100 organizações.