Numa nota enviada às redações, o recém-legalizado Volt Portugal escreveu que ”viu o seu pedido de participação no desfile na Avenida da Liberdade do 25 de Abril” negado pela comissão promotora, depois de a ter solicitado “como faz todos os anos, com a exceção do ano passado por ter sido cancelado”.
O partido alegou ter recebido uma resposta assinada por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, uma das que constituem a comissão promotora, na qual se lê: “(…) tendo em conta a situação de excecionalidade e de limitações relacionadas com a saúde pública que vivemos, tem que restringir a participação no Desfile que decorrerá na Avenida da Liberdade, às organizações que constituem esta Comissão Promotora (…)”.
“As organizações que constituem a Comissão Promotora incluem o PS, BE, PCP, CGTP e UGT, que assim podem participar, excluindo todos os outros partidos e organizações”, continuam na nota, considerando “incompreensível esta atitude que é contrária aos valores de Abril”.
Para o Volt Portugal, “o pretexto da pandemia não pode ser usado para excluir organizações das celebrações, mas deve, sim, exigir rigor nos seus preparativos”, defendendo que a revolução dos cravos “foi feita para libertar Portugal e todos os portugueses de uma ditadura e proporcionar uma democracia com partidos de vários quadrantes”, logo, “excluir partidos da festa da democracia não respeita o espírito da revolução dos cravos”.
Por essa razão, o partido adiantou que “estará presente no Marquês de Pombal, às 15h00, para descer a Avenida da Liberdade, com todos os cuidados sanitários, com as devidas distâncias físicas e com todos os membros presentes com máscaras”.
“O 25 de Abril é a celebração da democracia e da liberdade. O 25 de Abril não tem donos. O 25 de Abril é de todas as pessoas”, rematou o comunicado.
Já na terça-feira também a Iniciativa Liberal (IL) adiantou ter recebido resposta idêntica por parte da comissão promotora do desfile, acusando-a de tentar impedir o partido de participar nas comemorações, pretendendo os liberais organizar o seu próprio desfile no mesmo dia e local.
Para a IL, as comemorações do 25 de Abril “não são exclusivas dos partidos de esquerda, nem de organizações satélites”.
“Se, cumprindo as diretrizes da DGS, existe a possibilidade de diversas entidades e partidos participarem, não é aceitável que se exclua a Iniciativa Liberal”, defende.
O tradicional desfile comemorativo do 25 de Abril de 1974 vai regressar à Avenida da Liberdade, com algumas regras definidas pela Direção-Geral da Saúde, confirmou na terça-feira à Lusa o coronel Vasco Lourenço.
O presidente da Associação 25 de Abril, uma das entidades que constitui a comissão promotora do desfile (que em 2020 não se realizou por causa do contexto sanitário causado pelo novo coronavírus) disse ainda que irá ser divulgado um comunicado com mais detalhes sobre estas regras e a forma como será realizado o desfile de sábado em contexto pandémico.
No mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou a realização do desfile comemorativo do 25 de Abril de 1974, tendo em conta a “garantia dada pela organização” do cumprimento das medidas relativas à pandemia da covid-19.
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