"A ligação aérea é importante, mas deixa de ser necessária no dia em que nós tivermos um comboio a fazer Lisboa-Porto em uma hora e 15 minutos. Acho que isso é mais um ganho para o país", afirmou o governante, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras de construção da ligação do parque empresarial de Formariz, naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, à Autoestrada (A3).
Questionado se a TAP está a esquecer o Norte, caso termine a ligação aérea Lisboa-Porto, o ministro disse que "uma coisa não tem a ver com a outra e que o Porto não está apenas ligado a Lisboa por avião, mas está ligado ao mundo".
"Se tivermos uma ligação rápida por comboio entre Lisboa e o Porto não vamos precisar das ligações aéreas e isso é bom. Só é mau para a TAP, que é uma coisa que me entristece porque obviamente estamos a fazer um grande trabalho de recuperação da companhia aérea", reforçou Pedro Nuno Santos.
O ministro das Infraestruturas disse que o país tem de se "preparar para um novo mundo e que, verdadeiramente, ligações curtas de avião, meio de transporte que mais contribui para a emissão de gases com efeito estufa, têm de diminuir".
"Não é só em Portugal. Ainda ontem [segunda-feira] a Alemanha anunciava que queria fazer um grande investimento na ferrovia para substituir algumas ligações aéreas. Nós queremos fazer o investimento na ferrovia não é a pensar na ponte aérea, mas é obviamente para conseguirmos aproximar os dois grandes centros urbanos do país, mudar a forma como o norte e o sul se relacionam, a forma como trabalhamos e isso terá como consequência, na minha opinião positiva, deixar de ser necessário uma ponte aérea entre Lisboa e Porto".
Na segunda-feira, o ministro das Infraestruturas disse esperar, enquanto "adepto da ferrovia", que as viagens de avião com menos de 600 quilómetros desapareçam da Europa, ressalvando que, apesar da situação da TAP, um eventual fim da ligação Lisboa-Porto é consequência do desenvolvimento.
"Eu, que sou muito adepto da ferrovia e quero que a ferrovia se expanda […], também quero que as viagens de avião com menos de 600 quilómetros desapareçam da Europa", afirmou Pedro Nuno Santos, na sessão de lançamento do Plano Ferroviário Nacional (PFN), em Lisboa.
Neste sentido, o governante lamentou que os aviões "deixem de fazer" a ligação Lisboa-Porto, mas classificou esta possibilidade como "um sinal de desenvolvimento".
Durante o encerramento da sessão, o titular da pasta das Infraestruturas e da Habitação sublinhou ainda que a dinamização do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, vai acontecer quando existir uma ligação ferroviária rápida entre esta infraestrutura e Vigo, em Espanha.
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