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A investigação do Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) envolve altos funcionários do governo e empresários próximos de Zelensky, incluindo Timur Mindich, antigo parceiro de negócios do presidente e cofundador da empresa de media Kvartal 95.

Entre as medidas anunciadas, destaca-se a mudança completa da gestão da Energoatom, a principal operadora nuclear do país, envolvida no esquema de pagamentos ilegais de 10-15% a fornecedores para evitar bloqueios de pagamentos ou perda de estatuto. Além disso, Zelensky instruiu o governo a submeter ao parlamento ucraniano uma “lei urgente” para alterar a composição da Comissão Nacional de Energia e Serviços Públicos e prometeu nomear novos líderes em outras entidades do setor.

O escândalo surge num momento crítico, em plena guerra com a Rússia, enquanto a Ucrânia enfrenta constantes ataques à sua infraestrutura energética. Para compensar estas perdas, o governo ucraniano assinou um acordo com a Grécia para importar gás natural liquefeito fornecido pelos EUA, entre dezembro de 2025 e março de 2026. Zelensky destacou os desafios do inverno sob ataques russos diários e expressou gratidão à administração norte-americana pelo apoio energético.

Além das questões energéticas, o escândalo de corrupção aumenta a pressão sobre Zelensky para demonstrar seriedade no combate à corrupção, uma condição essencial para o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia. Apesar das críticas de líderes como o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que alegou a existência de uma “rede mafiosa em tempo de guerra”, figuras europeias como o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, elogiaram a liderança de Zelensky em tempos de guerra e reforçaram a necessidade de apoio financeiro e militar à Ucrânia.

O caso levou ao despedimento dos ministros da Justiça e da Energia, ambos implicados no esquema, e levantou receios de que a corrupção possa afetar outros ministérios. Relatos da imprensa ucraniana indicam que Mindich terá estado envolvido também em contratos suspeitos de fornecimento de coletes à prova de bala ao Ministério da Defesa através de empresas de fachada.

Apesar do escândalo, os responsáveis do NABU sublinham que a divulgação do caso evidencia a luta da Ucrânia contra a corrupção, algo que dificilmente seria possível em países vizinhos como a Rússia ou a Hungria. Segundo Oleksandr Abakumov, chefe da equipa de investigação do NABU, “a história não é sobre corrupção, é sobre a luta da Ucrânia contra a corrupção”.

As reformas anunciadas por Zelensky representam uma tentativa de restaurar a confiança pública e internacional, ao mesmo tempo que garantem a continuidade do fornecimento energético e reforçam a credibilidade da Ucrânia perante a União Europeia e os seus aliados durante a guerra.

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