"Os nossos céus estão protegidos, agradecemos aos nossos parceiros e contamos com a sua prontidão para garantir que estamos aptos a enfrentar" a Rússia.
"Agradecemos os 40 mil milhões de euros e estamos atentos à próxima cimeira em Derrad" disse Zelensky acrescentando que "a Ucrânia merece o seu devido lugar e merece ser membro da NATO um dia. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que tal suceda."
"Nós ucranianos mostrámos que conseguimos defender-nos, partilhar valores e lutar contra a Rússia, a maior ameaça ao mundo e à paz global. Na nossa revolução provámos que realmente valorizamos a democracia. Umas das suas regras diz claramente que há valores comuns que almejam proteger todos os aliados. Agora, na Ucrânia, temos de fortalecer os nossos laços." - sublinhou o presidente da Ucrânia.
"Contra os abusos, estamos determinados para acelerar o passo para a paz. De forma realista, desde sempre, os ucranianos conseguiram vencer. Não há muito tempo, a Ucrânia conseguiu resistir ao ataque em larga escala da Rússia e continuará a defender-se e permanecerá unida, tal como a Europa.
Destacando os apoios já recebidos de diversos países, continuou: "Podemos potenciar a nossa capacidade de defesa e voltar para a nossa vida, os nossos céus estão protegidos. Também todos os nossos esforços com os nossos parceiros continuarão. Graças ao apoio global que recebemos, recebemos milhares e foram salvas milhares e milhares de vidas. Conseguimos vários recursos e preparamo-nos para receber aviões da França. Os nossos soldados receberão armas de todo o mundo, da América, Suécia e Canadá, por isso seria errado deixar a Ucrânia politicamente fora de uma aliança, porque na prática a aliança já faz parte deste clube".
O presidente ucraniano considerou ainda que é “um erro” deixar o país fora da NATO, quando, “na prática, já faz parte” da Aliança Atlântica e advertiu que ainda aguarda o cumprimento dos compromissos das últimas duas cimeiras.
“Seria um erro deixar a Ucrânia politicamente fora da Aliança [Atlântica] quando, na prática, já faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)”, disse Volodymyr Zelensky, em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, no quartel-general da organização, em Bruxelas (Bélgica).
Agradeceu todo o apoio dado pelos países da NATO desde 24 de fevereiro de 2022, início da invasão russa, mas disse que o país ainda está a aguardar por promessas passadas. “Ainda queremos o cumprimento dos compromissos decididos nas cimeiras da Lituânia e de Washington”, frisou Zelensky.
Questionado sobre o plano para a vitória que o Presidente ucraniano apresentou para acabar com a guerra e a alegada falta unidade dos países da Aliança Atlântica para aceitá-lo, Volodymyr Zelensky ia responder quando Mark Rutte interrompeu e disse que havia unidade entre os 32 países do bloco político-militar.
Sobre uma declaração que tinha feito durante a manhã, na reunião do Conselho Europeu, a respeito de armamento nuclear, que não ficou esclarecida, Zelensky esclareceu que a Ucrânia “não vai produzir armamento nuclear”.
“O que eu disse foi que há muitos anos, em Budapeste, ficou definido que a Ucrânia não teria armamento nuclear e, em troca, teria garantias de segurança. Isso não aconteceu e na altura isso foi determinado por países como a Rússia, China e os Estados Unidos da América”, explicou.
“Eu não tenho alternativa à NATO”, acrescentou.
Mark Rutte considerou que “as consequências [da guerra na Ucrânia] alastraram a todo o mundo” e a invasão russa demonstrou que “até a China, Coreia do Norte e o Irão podem ser um problema para a segurança” euro-atlântica.
“Não se pode alimentar o maior conflito desde a Segunda Guerra Mundial na Europa sem consequências”, acrescentou, repetindo uma expressão da sua primeira intervenção enquanto secretário-geral da NATO, há duas semanas.
"Quero aproveitar para agradecer à União Europeia e aos nossos parceiros do Pacífico pelo seu apoio inabalável, bem como à Austrália, no sentido de cumprir a ajuda perante a Ucrânia. Estamos determinados a trabalhar cada vez mais estreitamente para defender os nossos valores democráticos e para promover o bem-estar e o Estado de Direito, e não a regra da força. Finalmente, espero que esta noite, durante o Conselho entre a NATO e a Ucrânia, esperemos poder aprofundar o nosso debate." - concluiu Mark Rutte.
*Com agências Lusa e AFP.
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