Em comunicado, a ZERO afirma que a alteração de filtros "é anunciada impunemente através da Internet" por oficinas que cobram entre 300 e 500 euros, o que sai mais barato do que manter ou substituir o filtro, que pode custar mais de mil euros.

Os centros de inspeção não têm equipamentos capazes de detetar a "infração e fraude relacionadas com o filtro de partículas", que continuam impunes.

Queixas dos condutores sobre consumo de combustível, problemas mecânicos e o custo elevado da manutenção dos filtros levam muitos a procurar "soluções alternativas, tais como a remoção do filtro de partículas e reajustamento de todas as funções eletrónicas" a ele associadas, para que os veículos passem nas inspeções periódicas obrigatórias, descreve a ZERO.

A associação argumenta que "não faz sentido inspecionar os veículos atuais tendo por base critérios de emissão que têm mais de 20 anos", defendendo que se aperte o limite de opacidade das emissões permitido para carros feitos depois de 2009.

Os motores a gasóleo mais recentes emitem partículas poluentes mais pequenas que "escapam ao limite de sensibilidade do opacímetro, ainda que as mesmas possam estar presentes em concentrações elevadas, o que torna difícil a identificação das ilegalidades".

Inaladas pelos seres humanos, estas partículas mais pequenas não são filtradas e causam problemas respiratórios, podendo estar relacionadas com irritação nasal e das vias respiratórias, o que é agravado quando "atingem os pulmões em profundidade e passam para a corrente sanguínea, causando e / ou agravando doenças respiratórias e cardiovasculares, e até cancro do pulmão".

É essa a justificação para a obrigatoriedade dos filtros de partículas, prevista na legislação europeia desde 2009.

"É incompreensível que o Governo não tenha, até ao momento, tomado as medidas necessárias para tornar mais eficazes as medidas de fiscalização sobre os veículos a gasóleo mais poluentes, sujeitos a manipulação dos equipamentos de controlo de emissões e que, de forma ilegal, continuam a circular nas estradas nacionais", considera a ZERO.

É precisa uma "fiscalização, em larga escala, sobre os estabelecimentos de reparação de veículos que disponibilizem serviços de alteração ao nível do filtro de partículas", defende a associação.

Ao Governo, cabe também "adequar o funcionamento dos centros de inspeção à evolução tecnológica na indústria automóvel", defende a ZERO, que alerta para as consequências fiscais, uma vez que os veículos com filtro têm benefícios fiscais.

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