É oitavo atleta mais bem pago do mundo em 2021. Segundo a revista Forbes, o britânico ganhará 62 milhões de dólares só pelas suas atividades desportivas, com um salário fixo de 55 milhões.
A fortuna do heptacampeão mundial, na F1 desde 2007, é avaliada em 339 milhões de dólares, tornando o piloto da Mercedes o desportista mais rico da história do Reino Unido, de acordo com o Sunday Times.
Tendo Max Verstappen (Red Bull) como grande rival, Hamilton ainda é o mais bem pago, à frente do holandês de 24 anos (que tem um contrato estimado de 25 milhões de dólares, mais 17 milhões em bonificações).
"Grande showman"
Além dos patrocinadores ligados à sua equipa (Petronas, Ineos, IWC, Epson... ), Hamilton emprestou a sua imagem à marca de som Bose, à L'Oréal, Sony, Vodafone e Puma.
O piloto co-projetou dois modelos para a marca de motociclos MV Agusta, criou uma bebida energética para Monster Energy e coleções para Tommy Hilfiger e Police.
Para administrar os seus negócios, tem sua própria empresa, a "Project Forty Four" (Projeto 44, o seu número nas corridas).
"Ele é um grande "showman", o que é ideal para a F1. Todos os patrocinadores adoram isso", explicou o ex-piloto francês Jean Alesi em 2017, na sua primeira incursão no Top 10 da Forbes dos atletas mais bem pagos.
Ele é o "único piloto a ultrapassar o âmbito do seu desporto" desde Michael Schumacher, disse então Hervé Bodinier, ex-vice-diretor administrativo da Lagardère Plus, uma agência de consultoria voltada para marcas.
Amigo ou conhecido de muitas celebridades, assíduo em desfiles de moda e noites de espetáculo, Hamilton gosta de fazer incursões no mundo dos sucessos de bilheteira ("Cars", "Zoolander 2") e videojogos ("Call of Duty"). Um filme sobre a F1 estará também em preparação, com a participação de Brad Pitt.
"Ele tem as qualidades do piloto, uma personalidade atraente e usa todos os meios de comunicação modernos", resumiu Bodinier. "É isso que faz a sua força como marca: para os apaixonados são os seus desempenhos, e para os não iniciados é um dos poucos atletas que são citados em todo o mundo", acrescentou.
"Empresário social"
Muito popular nas redes sociais, Hamilton tem 25,6 milhões de seguidores no Instagram, 6,8 milhões no Twitter e 5,9 no Facebook (contra 6,5, 2,2 e 2 para Verstappen).
Condecorado no final de 2020, Sir Lewis agora usa esse público para comunicar questões sociais (ecologia, causa animal, veganismo, racismo e diversidade).
"As suas opiniões sobre o meio ambiente, sobre questões de género e questões étnicas são muito 2021", nota Simon Chadwick, especialista em indústria desportiva da EM Lyon Business School. "Hamilton, é o senhor 2021."
Uma vez que o piloto, que fará 37 anos em janeiro, não se vê necessariamente a continuar nas pistas depois dos 40, Chadwick antecipa que Hamilton está a preparar o seu futuro: "Não acho que as suas posições sobre causas sociais sejam inteiramente anódinas"
"Ele é bem aconselhado, adota posicionamentos estratégicos sobre aspectos que interessam aos consumidores das gerações mais jovens", continua. "Hamilton está em transição para uma espécie de 'influenciador' social, de empreendedor social", conclui.
Mas, é também por causa dessas posições, que podem dividir ou provocar ironia quando são provenientes de um piloto, como as que se referem à ecologia, que "Hamilton não recebe apoio unânime", aponta o especialista.
Comparado a uma personalidade mais plana, como o tenista Roger Federer, Chadwick acredita que Hamilton "poderia ter sido ainda mais bem-sucedido comercialmente".
No ranking da Forbes, o piloto está logo atrás de Federer, em sétimo lugar apesar das lesões, mas ainda muito atrás da estrela de artes marciais Conor McGregor e dos jogadores de futebol Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, com rendimentos de 180, 130 e 120 milhões de dólares.
*Por Raphaëlle Peltier / Olivier Levrault
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