"Infelizmente, não conseguimos [Portugal] entrar na ATP Cup, que era um dos objetivos, e por isso optámos por começar, como todos os anos, em Auckland, um torneio especial, onde já fiz bons resultados, sinto-me bem a jogar e as pessoas são fantásticas”, começou por revelar.

Segue-se o primeiro Grand Slam da temporada, o Open da Austrália, e depois João Sousa vai ficar na Europa “a jogar os torneios de piso rápido”.

“Este ano, optámos por apostar um bocadinho nessa superfície", avançou.

Depois do ATP 250 de Auckland e do primeiro ‘major’ da temporada, onde defende a terceira ronda alcançada em 2019, o vimaranense vai disputar o ATP 250 de Montpellier, o ATP 500 de Roterdão e o ATP 250 de Marselha com vista a uma época para a qual ainda não estipulou metas em concreto.

"Os meus desejos são sempre os mesmos. Ser melhor jogador, adaptar-me ao ténis atual, tentar acabar o ano o melhor possível no ‘ranking', continuar a fazer o que gosto, que é jogar ténis, e desfrutar. Ainda não delineei objetivos para a próxima época, estou mais focado em recuperar a 100%", assegurou Sousa, que ainda não recuperou totalmente da fratura de esforço no pé esquerdo.

Ainda assim, o número um nacional e 60.º colocado no ‘ranking' ATP coloca a qualificação para "os Jogos Olímpicos como um dos objetivos prioritários" para 2020.

"Já estive no Rio de Janeiro, em 2016, e foi uma experiência única. E a verdade é que seria um orgulho para mim estar presente nestes Jogos Olímpicos de Tóquio. Será certamente uma prioridade", sublinhou.

Tal como nas últimas duas épocas, João Sousa revelou ainda ter a intenção de continuar a investir na variante de pares, formando parceria com o amigo espanhol Pablo Carreño-Busta.

"Vamos dar prioridade aos singulares, como é óbvio, mas este ano vou fazer uma parceria mais séria com o Pablo Carreño-Busta. Vamos apostar um bocadinho mais nesta variante e jogar com mais frequência juntos. A prioridade é jogar os melhores torneios do mundo, os Grand Slam, os Masters 1000, os torneios 500 e 250 e manter-me no topo da elite mundial", avançou.

Nova Davis Cup Finals: formato é bom mas “é desfavorável a Portugal”

"Gostei imenso do formato, na minha opinião, é muito melhor. É desgastante, porque são vários dias seguidos, mas acaba por ser mais vantajoso para as nações e também mais divertido para os fãs. Gostei imenso de ver e assistir às Finals", confessou.

Apesar de rendido às alterações efetuadas pela Kosmos de Gerard Piqué, que ‘compilou' a competição do Grupo Mundial da Taça Davis numa única semana, João Sousa confessa não apreciar o formato do Grupo I, disputado em várias eliminatórias ao longo do ano, todas em três dias, uma vez que Portugal não tem "um jogador especializado em pares".

"Acredito que isso nos desfavoreça um pouco, no sentido em que tenho de jogar o singular, depois os pares e novamente o singular. É bastante desgastante jogar o par e o singular no mesmo dia, é uma coisa que nunca fizemos e é bastante esquisito. Mas é o que eles querem fazer e nós somos apenas jogadores e limitamo-nos a cumprir as regras, mas a verdade é que a nós, Portugal, não nos favorece esse tipo de formato", explicou.

Uma opinião, segundo o minhoto, partilhada pelos restantes jogadores que habitualmente representam as cores nacionais na Taça Davis.

"Já troquei impressões com os outros jogadores, com o Pedro [Sousa], Gastão [Elias], João [Domingues], Kiko [Frederico Silva], temos vindo a falar sobre isso, e a verdade é que todos concordamos que o formato não é o melhor para nós, mas aceitamos e tentamos dar o nosso melhor quando jogamos, e tem sido assim nos últimos dois anos", frisou.

Ainda assim, João Sousa antevê um futuro risonho ao novo formato da Davis Cup Finals, que este ano teve como herói o seu amigo Roberto Bautista-Agut que, apesar de ter perdido o pai durante o evento, regressou à seleção espanhola para ajudar a conquistar a ‘saladeira’.

"É um exemplo incrível de perseverança e profissionalismo. É incrível o que ele fez, e acho que todos ficaram impressionados com a coragem dele, depois de tudo o que aconteceu, e a vontade de estar presente na final. Teve um valor incrível!", destacou Sousa, acrescentando que, no futuro, a Davis Cup Finals terá “edições muito boas” e desejando que "Portugal possa estar presente".

NextGen “pode debater-se com o Big 3” na próxima época

"Nos Grand Slam é sempre um pouco mais difícil para os jovens jogadores. O ‘Big 3' tem uma grande experiência em termos de Grand Slam e a jogar em cinco ‘sets'. É, sem dúvida, bem mais difícil para a ‘NextGen’ vencer esses jogadores nesses eventos”, analisou.

No entanto, de acordo com o tenista português, dentro de “algum tempo”, teremos Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev, Daniil Medvedev e Frances Tiafoe, “que também tem muitíssimo potencial”, tal como Alex de Minaur, a vencer.

“São jogadores que têm vindo a dar cartas e para o ano podem perfeitamente debater-se com o ‘Big 3'", prevê.

Além de defender que a "nova geração tem vindo a dar algumas cartas" e que "são atletas muito bons e talentosos", o vimaranense antevê que "Zverev, Tsitsipas e Medvedev, que têm vindo a fazer grandes exibições, vão ser os representantes do ténis mundial", depois de Rafael Nadal, número um mundial, Djokovic, número dois ATP, e Federer, que, aos 38 anos, completa o top-3 do ‘ranking'.

Entre os mais jovens, o minhoto encontra no campeão do Next Gen ATP Finals, o italiano Jannik Sinner, de 18 anos, um talento promissor.

"O Sinner, para mim, é um grandíssimo jogador. No futuro será melhor ainda, mas já está a demonstrar isso. Defrontei-o em Halle este ano e é um jogador muito jovem e com um talento incrível. Acredito que vai ser um jogador que vai dar que falar muito no futuro", avança o número um português, de 30 anos.