Em conferência de imprensa realizada no Estádio do Restelo, em Lisboa, Morais de Carvalho teceu novas acusações à sociedade que gere o futebol profissional do Belenenses – cuja equipa disputa a I Liga -, lamentando a “fuga e o roubo” dos atletas sem qualquer tipo de “negociação”.

A SAD, controlada pela Codecity e liderada por Rui Pedro Soares, anunciou que a equipa vai jogar no Estádio Nacional na próxima época, acusando a direção do clube de a ter despejado do Restelo, factos que Monteiro de Barros refuta, afirmando que a Codecity queria continuar a utilizar o recinto nas mesmas condições de que usufruía desde 2012.

“Esta fuga é de uma equipa que é nossa e estão aqui as taças para que não haja dúvidas. Somos a quarta grande potência do futebol português. De repente, roubaram-nos a equipa sem nenhuma negociação. É o ponto final”, disse o dirigente, que no dia 29 de junho afirmou que a equipa profissional deixará de poder utilizar o nome e o símbolo do Belenenses, que ainda possui 10% de participação na SAD.

Para o presidente, o projeto para a nova realidade do clube está bem delineado: "É o primeiro dia do resto da vida do Belenenses. Vamos dar o primeiro passo no sentido de reerguermos o Clube Futebol os Belenenses, com uma estrutura a sério, com competência e é isso que procuramos. Serão atletas com forte ligação ao Belenenses, que passaram na nossa formação nos últimos anos e com grande compromisso”.

De seguida, Morais de Carvalho apresentou aquele que será o responsável pelo futebol do clube, José Taira. O antigo atleta do ‘azuis’ será o diretor desportivo e começou por reconhecer que os próximos tempos não se avizinham fáceis, sublinhando que apenas quer futebolistas comprometidos com o clube na esperança de chegar à primeira divisão dentro de cinco anos.

“Não será um caminho nada fácil. É um projeto a cinco anos, que se pretende colocar o Belenenses no lugar que merece. Sabemos o difícil que vai ser e vou tentar ser o mais certo possível, sabendo que vou errar, mas que erre menos que os outros”, referiu.

José Taira frisou que ainda “tem de conhecer a realidade do clube e das pessoas inseridas”, porém realçou que “a dinâmica e o compromisso por parte dos atletas” são ponto assente.

Contudo, e aprofundando as etapas que os ‘azuis’ do Restelo terão já a partir da próxima temporada, Taira elogiou o ato de coragem do presidente e acredita que o Belenenses estará rodeado por pessoas de bem.

“Não viajamos sozinhos neste projeto. Há outras equipas com ambição e isto não pode ser de pena, tem de ser com estímulo. É um ato de valentia e de grande coragem. Não é o melhor desenho, mas outros caíram e reergueram-se. O Belenenses precisa que tenha à volta dele pessoas que queiram apoiar este projeto”, terminou.

A Codecity Sports Management adquiriu a maioria do capital da SAD em 2012, e o Belenenses ficou com uma participação de 10%. Desde então vigorava um protocolo assinado por ambas as entidades que cessou no dia 30 de junho.