Depois de ter integrado as duas últimas missões de Portugal, a Londres2012 e Rio2016, Marco Alves disse, em entrevista à agência Lusa, acreditar que o evento “vai ser diferente” do que aconteceu há quatro anos, até pela cultura nipónica.

“A experiência diz-nos que as coisas vão estar preparadas com algum tempo de antecedência e vão ser testadas de uma forma diferente da que foram no Rio. Ainda que a diferença horária, a diferença cultural, o clima, a humidade sejam desafios, da parte do comité organizador estamos em crer que temos mais alguma segurança do que tivemos nos Jogos anteriores”, assumiu.

Sobre o Rio de Janeiro, Marco Alves lembrou que “houve alguns problemas, em especial na Aldeia Olímpica, antes da chegada dos atletas”, com “muita coisa a fazer para que as condições fossem criadas” para que os atletas “pudessem estar ao seu melhor nível durante a sua estada”.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 ficaram já marcados pela queda do presidente do Comité Organizador, Tsunekazu Takeda, por suspeitas de ter comprado votos na atribuição da organização ao Japão, mas Marco Alves acredita que este caso não vai afetar.

“A sociedade nipónica tem essa característica de chamar à barra os responsáveis. Todos conhecemos a história dos samurais e dos haraquiris. Essa tradição histórica dá-nos alguma segurança, mesmo com alguns processos em que sejam encontrados alguns princípios de corrupção. As pessoas serão responsabilidades e acho que isso não terá nenhuma influência naquilo que será a organização”, referiu.

De acordo com o chefe de Missão, “a grande infraestrutura que está a ser construída no centro de Tóquio é o Estádio Olímpico”, que deve estar “concluído e entregue ao comité organizador em março”, portanto “muito a tempo” de ser testado.

As áreas de competição estarão divididas sobretudo em duas grandes zonas, a Bay Zone, que é parte nova de Tóquio, e a Heritage Zone, “em que quase todas as instalações foram utilizadas nos Jogos de 1964, obviamente muito modernizadas, à semelhança da imagem tecnológica de Tóquio”.

Fora destes dois grandes círculos, há “algumas instalações muito distantes”, sendo que o comité organizador está a estudar a possibilidade de, “em algumas situações, em que o tempo de trânsito não possa ser garantido dentro do programado, haver alojamento perto dos locais de competição”.

“Isso está a ser estudado para o ciclismo de estrada, para o golfe e para o tiro e, eventualmente, para o surf. Isto coloca alguma dispersão na localização dos nossos atletas, mas vamos ter de nos adaptar, se isso significar maior conforto e maior disponibilidade para a competição”, assumiu.

Na Aldeia Olímpica, que está a ser construída ‘roubando’ algum espaço ao mar, Marco Alves disse que em agosto, durante o seminário dos chefes de missão, já saberá o local onde ficará instalada a comitiva lusa, existindo “um conjunto de preocupações, que têm a ver com o conforto dos atletas, de ficar andares mais baixos, longe das zonas de atividade social”.

“Israel é um dos países que tem essas limitações de segurança e gosta de ficar perto de Portugal [na Aldeia Olímpica], porque não somos um país conflituoso, mesmo nas relações internacionais somos um país que tem boas relações com o mundo. (…) Temos também ficado perto da Espanha, perto do Brasil. No Rio de Janeiro, tivemos a França e a Sérvia como vizinhos. São países com quem temos relações em termos de comités olímpicos, o que facilita depois a gestão das áreas comuns”, referiu.

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