Paulinho, aos 36 minutos, marcou o único golo do encontro, permitindo ao Sporting festejar novamente o título, 19 anos depois.

Do Funchal a Coimbra, passando obviamente pela capital, veja as imagens da festa dos "leões".

Em Faro

Milhares de adeptos sportinguistas saíram à rua em Faro para celebrar um título "incrível e fantástico" do Sporting, celebrando o golo decisivo de Paulinho frente ao Boavista (1-0).

"Isto é incrível, é fantástico. Não me lembro de ver o Sporting campeão. Eu tinha nove anos da última vez, não tenho memória nenhuma, mas isto é incrível", disse Alexandra Sousa, de 28 anos, à agência Lusa.

A adepta ‘leonina' foi uma entre milhares de simpatizantes algarvios do Sporting, que começaram a noite junto ao núcleo sportinguista local e se dirigiram depois a pé até à baixa, uma vez que a PSP cortou o trânsito automóvel nas principais artérias da cidade.

"Sinceramente, não acreditava. A meio da época, começou a tremer, mas até ao fim foi sempre a acreditar. A figura decisiva? Foi o Paulinho, que marcou o nosso golo hoje (terça-feira)", declarou Alexandra Sousa, sem esquecer o presidente, Frederico Varandas, pela "boa contratação" de Rúben Amorim,

Filipe, outro adepto dos ‘leões’, também expressou uma "emoção muito grande" pelo regresso aos títulos do Sporting, 19 anos depois do último campeonato nacional conquistado pelo emblema lisboeta.

"Isto é espetacular. Não estávamos à espera. É nossa e já ninguém nos tira. [Em 2002] era muito novo, tenho 25 anos, lembro-me vagamente, mas isto é espetacular. Não há melhor", disse.

Na baixa da capital algarvia, entre milhares de adeptos, Filipe admitiu que, no início da temporada, "não acreditava" no título.

"Fiquei chateado quando veio o Ruben Amorim, mas foi uma grande ‘chapada' na cara que eu levei e ainda bem", frisou.

Para outro adepto do Sporting, Carlos, de 45 anos, "a humildade, a confiança, muita dedicação e a simplicidade" foram decisivas no 19.º título do Sporting.

"Nem precisámos de milhões. A figura decisiva foi o Paulinho, hoje foi o finalizador. O Rúben Amorim é um treinador com futuro", declarou o simpatizante sportinguista.

Título festejado em Chaves com alguns adeptos em estreia

Os adeptos sportinguistas encheram os cafés e depois as ruas de Chaves para festejar, alguns pela primeira vez.

O início da noite para muitos adeptos do Sporting em Chaves, no distrito de Vila Real, foi em cafés e bares para assistirem à vitória dos ‘leões’ por 1-0 sobre o Boavista, que permitiu a festa pela conquista do campeonato nacional 19 anos depois.

Para alguns dos sportinguistas flavienses, este festejo acontece pela primeira vez.

É o caso de Miguel Silva, de 17 anos, e que contou à agência Lusa não saber como festejar por desconhecer o sentimento que teria.

“Nunca tinha vivido nada assim, mas esta é uma época completamente diferente, em que dá gosto ver jogar a equipa”, conta o jovem natural de Chaves, sportinguista por influência do pai.

No bar Ilha do Cavaleiro, em pleno centro da cidade transmontana, perto de meia centena de sportinguistas, com as devidas distâncias devido à pandemia de covid-19, aproveitaram a esplanada de grande dimensão e arejada para assistir ao jogo do título.

Muitos deles jovens, como o caso de João Nuno, que, aos 19 anos, tinha cerca de cinco meses na última vez que o Sporting foi campeão.

“O meu pai é sportinguista ferrenho e por isso é que sou do Sporting. Estava desejoso de ver este dia chegar, pois nunca vi tal coisa”, confessou.

O jogador da formação do Desportivo de Chaves, que chegou a fazer captações no Sporting e que atualmente representa o Vilar de Perdizes, do campeonato distrital de futebol de Vila Real, elogia todo o conjunto ‘leonino’ liderado por Rúben Amorim.

Do bar, para as ruas da cidade, mal o árbitro soou o apito final, começou a festa em Chaves, com os carros a saírem à rua, para a rotunda do Monumento, onde nas últimas épocas os adeptos do Benfica e FC Porto têm festejado os campeonatos das suas equipas e onde se têm assinalado os êxitos do Desportivo de Chaves.

Muitos de passagem, com os carros a buzinar e a abanar os cachecóis, e algumas dezenas a pé, apesar do frio e alguma chuva, nuns festejos que não esqueceram o nome do médio Pedro Gonçalves, natural de Vidago, no concelho de Chaves.

Também foram muitos os foguetes que se ouviram um pouco por toda a cidade.

Pedro Miguel Ramos, de 33 anos, contou à Lusa que nos últimos dois títulos tinha 11 e 13 anos, respetivamente, e que ansiava pelo regresso aos festejos.

Apesar de este ter sido “pouco expectável” após as saídas das referências do Sporting, em dois momentos diferentes, primeiro após o incidente em Alcochete e depois na época passada, o flaviense destacou a capacidade da equipa e treinador em serem “competentes”.

Perante a festa em Chaves, Pedro Miguel Ramos salientou ainda que a moldura humana “mostra que o Sporting é um clube de Portugal”.

“Como em todo o norte, há muito sportinguista que por falta de títulos não se manifestava regularmente. Foi um grande deserto que agora acabou”, apontou.

Centenas celebram título junto ao Núcleo do clube em Setúbal

Assim que terminou o jogo com o Boavista, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, que o Sporting venceu por 1-0, pequenos grupos de adeptos começaram a confluir para as imediações do recinto em que está sediado o Núcleo dos sportinguistas.

Ao mesmo tempo, na Avenida Antero de Quental, em frente ao reduto dos ‘leões’, começou a formar-se uma caravana automóvel com os adeptos do Sporting a buzinarem repetidamente e empunharem cachecóis e bandeiras.

A euforia dos sportinguistas, que voltaram a celebrar o título nacional 19 anos após a última conquista, era evidente, com cânticos de apoio como “campeões, campeões, nós somos campeões”.

Eufórico pelo momento vivido estava João Gonçalves, adepto que foi para junto do Núcleo do clube acompanhado por outros dois amigos sportinguistas e que confessou ter esperado muito tempo pelo dia de hoje.

“Sonhei muito com este momento. A espera foi longa, mas valeu a pena. Estamos aqui hoje a celebrar numa altura em que ainda faltam duas jornadas para o final. É espetacular. Agora, é acabar o campeonato invicto”, desejou.

No centro da cidade de Setúbal, cerca de uma hora após o final do jogo com o Boavista, o ambiente era bem mais calmo em comparação com o vivido no Bairro do Monte Belo, conforme testemunhou a agência Lusa.

Se por um lado, vários automóveis buzinavam na Avenida Luísa Todi, principal artéria setubalense, a Praça de Bocage, ‘coração’ da cidade, estava completamente vazia, confirmando que o epicentro das celebrações do campeonato conquistado foi mesmo o Núcleo do Sporting de Setúbal.

Onda verde em Leiria

Uma “onda” verde e branca inundou hoje a cidade de Leiria, onde centenas de adeptos sportinguistas festejaram o 19.º título de campeão nacional de futebol alcançado pelo clube, 19 anos depois da última conquista.

Assim que se fez ouvir o apito final do jogo que colocou frente a frente Sporting e Boavista, no Estádio José de Alvalade, em Lisboa, dezenas de carros e centenas de pessoas começaram a confluir para a zona da Fonte Luminosa, ocupando esta, a rotunda do Sinaleiro e as imediações.

A alegria dos adeptos - muitos dos quais envergando cachecóis e camisolas, mas nem todos cumprindo o distanciamento físico, como constatou a Lusa no local - foi acompanhada de foguetes, petardos, buzinadelas e cânticos.

“Fui campeão há 19 anos aqui neste sítio onde estou agora”, disse Richard Oliveira, hoje com 39, que se fez à festa acompanhado da mulher e da filha, de cinco anos, que “ainda não é sócia, mas vai ser brevemente”.

Para o adepto, “é preciso ser diferente e ter um grande espírito de sacrifício”, para, “ao fim de 19 anos”, viver esta que “é a melhor emoção do mundo”.

“Leiria é um dos grandes bastiões sportinguistas do país”, acrescentou, para lembrar que há quase duas décadas “foi exatamente a mesma coisa, uma onda de energia” que agora se repete e que “há muito os sportinguistas precisavam e mereciam”.

Já Flávio Nunes, nascido em 2002, quando, há 19 anos, o Sporting se tinha sagrado campeão pela última vez, admitiu: “Hoje é o dia mais feliz da minha vida. É o dia em que vejo o meu clube ser campeão pela primeira vez”.

Fábio Barbosa, de 27 anos, “portista completo”, festejava com Flávio e outros amigos.

“Os sportinguistas também merecem ser campeões. Não pode ser só o Benfica e o FC Porto”, declarou.

Celeste Tomás, de 57 anos, estava igualmente junto à Fonte Luminosa, onde, há 19 anos, também marcou presença.

“Estou muito feliz, muito contente”, declarou, antecipando uns festejos mais contidos devido à pandemia, mas garantindo que esta “não vai tirar a alegria”.

Alegria era também o que sentia Gustavo Costa, de 28 anos, da Guiné-Bissau, e agora trabalhador-estudante em Leiria.

“Nasci sportinguista”, garantiu, referindo que os seus pais também já tinham este emblema no coração.

Para Gustavo Costa, ver o Sporting campeão “é uma emoção muito forte, inexplicável”.

Dezenas saem à rua em Bragança e Mirandela para festejar título dos leões

No distrito de Bragança é na cidade de Mirandela que a festa se faz de forma mais organizada, com cerca de uma centena de pessoas na rua "em grupos de 20 a 30 pessoas", adiantou à agência Lusa o Comandante Distrital da PSP, José Neto.

Com um núcleo sportinguista formado na cidade do Tua, foi organizada uma caravana de automóveis que tem percorrido a cidade, num movimento previamente coordenado com as autoridades.

Já em Bragança, onde o núcleo sportinguista tem estado desativado há um par de anos, os festejos aconteceram de forma espontânea, com dezenas de pessoas a dirigirem-se à Avenida Sá Carneiro, uma das principais artérias da cidade e habitual palco de festejos das conquistas desportivas.

Miguel Ramos, de 21 anos, não tem "memória" de ver o Sporting campeão de futebol, pelo que decidiu "improvisar", com uma camisola oficial do clube, acompanhado pelo pai, Frederico, ‘armado' de cachecol verde e branco, e a mãe, Luísa, com um chapéu leonino, que os acompanha "por solidariedade".

"Juntámo-nos na Sá Carneiro, que é onde está a ser a festa. Não está nada organizado, mas temos de improvisar. É como quando Portugal foi campeão [em 2016]. Aqui em Bragança sentimos as coisas e vamos para a rua, juntamo-nos, conhecemo-nos. Não se consegue explicar", declarou Miguel Ramos, que agora espera "ver muitas vezes o Sporting campeão".

O pai, Frederico, apoiou a saída festiva como "aprendizagem".

"Temos de festejar e fazer estes jovens verem a alegria que é o Sporting e a grande instituição que é", explicou à agência Lusa.

Camisolas, cachecóis a abanar, cerca de uma centena de carros a apitar e alguns com bandeiras verdes com o símbolo do Sporting estampado são agitadas, num movimento atentamente acompanhado pelas autoridades.

De acordo com José Neto, foi mobilizado "um dispositivo simpático, quer em Bragança quer em Mirandela", com o apoio por duas equipas de intervenção rápida, uma em cada cidade.