Na quinta-feira, a autarquia anunciou a intenção de suspender, em junho de 2023, o contrato que permite ao clube usufruir do estádio, na sequência dos desentendimentos ocorridos entre ambas as partes no final de setembro, por altura da Feira das Colheitas, quando a câmara anunciou concertos para o parque de estacionamento do estádio e o clube encerrou esse espaço com cadeados.
“Sou admirador das duas partes, tenho que tirar o chapéu à administração do clube porque vejo as dificuldades e também não é fácil, no papel da presidente da Câmara, ter criado esta imagem turística em Arouca. Dá-me pena não os ver a trabalhar juntos, podiam ser muito maiores e fazer muito mais. Agora quem está bem ou mal não me compete, é uma questão administrativa por um lado e uma questão política pelo outro e eu sou treinador de futebol”, opinou Armando Evangelista.
De regresso às ‘quatro linhas’, os arouquenses não vencem há cinco jogos, algo que não preocupa o técnico porque, “acima de tudo [está] a importância de somar” pontos e os últimos jogos deixam a equipa técnica “tranquila e satisfeita com o que a equipa tem produzido”.
“A equipa tem demonstrado coesão. Em termos ofensivos, ao contrário dos primeiros jogos, tem produzido mais do que suficiente para resolver os jogos a seu favor. No último jogo em Paços [de Ferreira] temos situações claras em que podíamos ter conquistado três pontos, no jogo com o Vitória [de Guimarães] é também inequívoca a injustiça do resultado. Mas, no futebol, a justiça e injustiça é uma linha muito ténue”, apontou.
Do outro lado está um Famalicão recomposto, que goleou o Boavista por 4-0 na última jornada, o primeiro jogo no regresso de João Pedro Sousa ao comando técnico famalicense e uma clara afirmação do plantel que só tinha marcado um golo nas sete jornadas inaugurais.
“Temos que olhar para o Famalicão de uma forma mais alargada. É um clube que construiu um plantel para andar no primeiro terço da tabela. Vinham de uma série difícil, com desconfiança em relação ao coletivo e ganharam de forma robusta no último jogo. Se houvesse fantasmas, essa vitória afastou-os. Vamos ter um Famalicão de cara ‘lavada’ e ambição como a nossa de conquistar pontos”, perspetivou Evangelista.
Por seu lado, o Arouca marcou nos últimos três encontros e Oday Dabbagh assinalou o regresso à competição com um golo em Paços de Ferreira, algo que deixa o treinador numa “situação agradável” porque aumenta as opções estratégicas, quer o palestiniano entre ou não no ‘onze’ titular.
Até agora, todas as jornadas da I Liga tiveram jogadores expulsos e, questionado sobre a importância de manter a disciplina — algo que já custou pontos esta época –, Evangelista disse que nunca poderá pedir a um jogador para deixar de ser intenso ou querer ganhar duelos e que é preciso esclarecer os critérios de arbitragem.
“O que é [cartão] amarelo para uns, é vermelho para outros, fico confuso com o que é penálti e não é. Há sempre um alerta aos jogadores para as faltas desnecessárias, mas não os podemos castrar de tal forma porque nem nós [treinadores] percebemos bem os critérios. Há uma dualidade de critérios dúbia, é mais um passo que temos de dar a nível de organização geral do futebol”, apelou.
O Arouca, 12.º classificado, com nove pontos, vai receber o Famalicão, no 15.º lugar, com sete pontos, em jogo da nona jornada da I Liga portuguesa de futebol agendado para as 20:15 de segunda-feira, sob a arbitragem de André Narciso, da Associação de Futebol de Setúbal.
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