Em Kigali, o presidente do organismo de cúpula do futebol mundial, Gianni Infantino, anunciou que os fundos de 100 milhões de dólares (87,8 milhões de euros), congelados pelas investigações sobre casos de corrupção que envolveram dirigentes brasileiros, vão ser desbloqueados.

As verbas estavam prometidas pela FIFA desde 2014, ano em que o Brasil recebeu a fase final do Campeonato do Mundo, com vista ao desenvolvimento “do futebol feminino e futebol comunitário e para programas de saúde e sociais para comunidades desfavorecidas”.

O valor foi acordado com José Maria Marin e Marco Polo del Nero, que lideravam a federação brasileira e foram posteriormente acusados pelo Departamento da Justiça norte-americano de corrupção e fraude, com Marin a cumprir uma pena de quatro anos de prisão e Del Nero, no Brasil, para evitar ser preso.

Segundo Infantino, a FIFA vai entregar os fundos “não de uma vez só, mas com todos os controlos necessários” para assegurar o cumprimento das regras definidas pelo organismo.

Entre as várias medidas que saíram da reunião da FIFA está a duplicação dos prémios associados ao Mundial feminino, para 30 milhões de dólares (26,3 milhões de euros), com as 24 seleções a dividirem 11,5 milhões de dólares durante a preparação e 8,5 milhões a destinarem-se aos clubes que cedem as jogadoras, o que se contrasta com os 400 milhões atribuídos no Mundial masculino de 2018.

Em julho, a seleção masculina da França arrecadou 38 milhões de dólares (33,4 milhões de euros) por vencer o Mundial disputado na Rússia, enquanto o campeão feminino de 2019 receberá quatro milhões, ainda assim o dobro do valor encaixado pelos Estados Unidos em 2015.

Segundo a FIFPro, “apesar das mudanças, o futebol está ainda bem longe do objetivo da igualdade para todos os jogadores num Campeonato do Mundo”.

O Conselho da FIFA rejeitou ainda a pretensão da Liga espanhola em disputar jogos oficiais nos Estados Unidos, nomeadamente, um encontro entre o FC Barcelona e o Girona, uma vez que “os jogos oficiais devem ser jogados no território da associação membro respetiva”, apontou Infantino.

À agência noticiosa AP, a Liga espanhola já admitiu a intenção de levar o caso ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), para que as duas equipas catalãs se possam defrontar em Miami, em 26 de janeiro de 2019, algo a que os jogadores também se opõem.

Também discutido foi o plano de 25 mil milhões de dólares (21,9 mil milhões de euros) para alterar várias competições mundiais, rejeitada por clubes e líderes europeus e que levou à criação de um comité de vários presidentes federativos para analisar em detalhe os novos formatos.

A intenção de Infantino, que vai liderar o novo comité, era de alterar o Mundial de clubes para incluir mais equipas e estabelecer uma Liga das Nações mundial, à semelhança do que acontece na Europa.

O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, foi uma das vozes mais críticas, considerando, no final da reunião, que “prevaleceu o bom senso”.

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