A cinco jornadas do final, o City assumiu-se, também, como a ‘rainha’ da segunda década do século XXI, com o terceiro título, repetindo 2011/12 e 2013/14, contra dois de United e Chelsa, este com o claro cunho do treinador Pep Guardiola.
Como havia feito no FC Barcelona e no Bayern, o técnico catalão, com a preciosa ajuda de uma série de contratações milionárias, colocou o City a jogar à sua imagem e, ao segundo ano, chegou ao título, algo que se começou a desenhar há muitos meses.
Os ‘citizens’ ainda foram segundos, face ao tropeção caseiro face ao Everton, na segunda ronda, mas, em seguida, ‘responderam’ com inacreditáveis 18 vitórias consecutivas, e o derrube de todos os adversários diretos, sendo que a meio desse recorde, já iam nove pontos à frente do segundo colocado.
A vantagem ‘trepou’, depois, para 11 pontos, era de 13 no final da primeira volta e já de 15 após a primeira ronda da segunda volta, pelo que o empate fora com o Crystal Palace (0-0), à 20.ª ronda, e o desaire em Liverpool (3-4), à 23.ª, não foram mais do que percalços sem importância ou consequências.
Numa época em que nem as lesões, algumas graves, especialmente a de Mendy (contratado ao Mónaco por 57,5 ME), conseguiram ‘parar’ a máquina de Guardiola, assente na habitual ‘obsessão’ pela posse de bola, em sucessivos passes rumo à baliza contrária, sempre com um fim bem claro de fazer ‘dano’ ao adversário.
O futebol do City, muitas vezes apontado como o melhor de toda a Europa, foi pautado pelo ‘perfume’ do belga Kevin De Bruyne, que, aos 26 anos, confirmou-se como um dos grandes talentos do futebol mundial, num misto de magia e eficácia.
O espanhol David Silva e o jovem alemão Leroy Sané foram outros dois elementos que sobressaíram na manobra ofensiva de Guardiola, juntamente com Raheem Sterling, que descobriu a sua veia de goleador (segundo melhor marcador da equipa, com 17 tentos).
Melhor, no que respeita aos golos, apenas o experiente avançado argentino Sergio ‘Kun’ Agüero fez melhor, com 21, ‘obrigando’ Guardiola a dar-me mais vezes a titularidade do que ao ‘miúdo’ brasileiro Gabriel Jesus, um grande talento.
Na baliza, a presença do ex-Benfica Ederson, de 24 anos, um mestre com os pés, foi também essencial, numa equipa que, defensivamente, assentou no central argentino Nicólas Otamendi, ao lado de John Stones ou do belga Vincent Kompany, e no ‘trinco’ brasileiro Fernandinho.
O lateral Kyle Walker deu, por seu lado, grande profundidade ao lado direito, com Fabian Delph, mais do que o brasileiro Danilo, a cumprirem na esquerda, na ausência de Mendy.
Quanto aos habituais ocupantes do banco, o português Bernardo Silva foi, a par de Gabriel Jesús, foi o jogador mais produtivo, totalizando já 30 encontros disputados, com cinco golos marcados, um deles selando o 1-0 ao Chelsea.
O City arrancou com um triunfo por 2-0 em Brighton, mas, ao primeiro jogo em casa, ‘tropeçou’ no City, ficando atrás de Manchester United, Huddersfield e West Bromwich.
A formação de Guardiola esteve quase a ceder um segundo empate seguindo, mas, no reduto do Bournemouth, uma reviravolta selada por Sterling, aos 90+7 minutos, salvou o City, que, na ronda seguinte, começou a carburar, com um 5-0 ao Liverpool.
Com quatro jornadas, o City estava ‘colado’ na frente ao United e, à oitava, isolou-se, com um 7-2 ao Stoke City, já que o conjunto de Mourinho se ficou por um ‘nulo’ em Liverpool.
A par daí, a história da ‘Premier League’ foi o Manchester City a aumentar progressivamente a vantagem, que era de cinco à nona ronda, de oito à 11.ª, após um 3-1 ao Arsenal, e de 11 à 16.ª, após um 2-1 em casa no dérbi.
“Sim, provavelmente”, reconheceu Mourinho, quando questionado se o título estava entregue ao rival. Falta muitíssimo, mas, de facto, o City já era, então, o mais do que anunciado campeão.
E, se dúvidas existiam, as jornadas seguintes confirmaram a superioridade dos ‘citizens’, que aumentaram a vantagem para 13 pontos e depois para 15, pela que nada afetou o primeiro desaire, por 4-3, em Liverpool.
A diferença caiu, então, para 12 pontos, mas num ápice voltou a subir, chegando aos 16, à 30.ª ronda. O título ficou, matematicamente, à vista e foram os rivais do United que, uma semana depois de o adiar, o acabaram por oferecer.
Os ‘red devils’, que não ganham ganha desde o adeus de Ferguson, foram vencer ao Etihad, por 3-2, com uma reviravolta operada por Pogba, com dois golos, e Smalling, depois de Kompany e Gundogan terem adiantado os ‘citizens’.
Depois da eliminação na Liga dos Campeões, diante do Liverpool, o City venceu por 3-1 no terreno do Tottenham, e ficou à espera de um improvável deslize dos rivais, que acabou por acontecer hoje, frente ao lanterna-vermelha West Bromwich.
Comentários