O City chegava à última jornada apenas com mais um ponto do que o Liverpool, e a desvantagem que hoje teve, aliada à possibilidade de o ‘reds’ vencerem o Wolverhampton, ainda fez admitir que a última jornada da Liga inglesa pudesse trazer surpresas, o que não aconteceu.

Com João Cancelo e Bernardo Silva a titulares, o campeão esteve a perder até aos últimos 15 minutos, graças a golos de Matty Cash e Philippe Coutinho, numa tarde em que Steven Gerrard, antigo jogador do Liverpool, ajudava a sua antiga equipa.

No lado do City, não só os adeptos, mas também Pep Guardiola, desesperavam com o resultado e a possibilidade de o Liverpool passar para a frente, mas foi uma mudança do espanhol que deu ao City os argumentos que faltavam.

O espanhol fez sair Bernardo Silva para entrar Gundogan, e o alemão foi decisivo, ao marcar aos 76 e 81 minutos, no primeiro a reduzir para 2-1 e no segundo já a dar a cambalhota no marcador (3-2), depois de Rodri também marcar, aos 78 (2-2).

A atuação de Gundogan fez recordar Sergio Aguero na época de 2011/12, quando o argentino marcou o derradeiro 3-2 contra o Queens Park Rangers e conseguiu o título para os citizens na última jornada do campeonato.

A reviravolta em seis minutos aconteceu pouco antes dos festejos em Anfield, onde o Liverpool, que estava empatado, também se colocou em vantagem, que ainda dilataria para 3-1, mas num resultado que seria sempre insuficiente caso o City vencesse.

Diante do Wolverhampton, de Bruno Lage, os ‘reds’ também estiveram a perder, graças a um golo madrugador de Pedro Neto – saiu aos 22 minutos com queixas no joelho esquerdo -, mas Sadio Mane ainda igualou, aos 24.

O Liverpool teve muita dificuldade para articular o seu jogo, frente a um Wolverhampton que ainda teve em campo José Sá, também substituído ao intervalo devido a lesão, Toti Gomes, Rúben Neves e João Moutinho, enquanto Trincão entrou aos 90 minutos.

O desbloqueio para o finalista da ‘Champions’ só aconteceu nos últimos minutos, com Salah, que entrara para o lugar de Diogo Jota, a fazer o 2-1, aos 84, enquanto Robertson ampliou a vantagem para 3-1, aos 89.

Com o campeão encontrado, a última jornada também definiu o Burnley como a equipa que se junta a Norwich e Watford na descida para o Championship, com os ‘clarets’ a perderem a posição, por troca com o Leeds, nesta ronda.

Mesmo a jogar em casa, a equipa não evitou a derrota com o Newcastle (2-1), enquanto o Leeds United foi vencer na visita ao Brentford (2-1), permitindo-lhe a ultrapassagem do 18.º para o 17.º lugar.

Em outras contas, o Tottenham goleou na visita ao Norwich, por 5-0, e segurou a quarta posição, a última de acesso à Liga dos Campeões, com mais dois pontos do que o Arsenal, que tinha ténues esperanças, e também venceu com goleada, mas terminou em quinto.

Nos ‘spurs’, destaque para o sul-coreano Son, com dois golos, que lhe permitiram igualar Salah como melhor marcador, com 23 golos, à frente de Cristiano Ronaldo (18), de fora nos últimos dois jogos, devido a lesão.

Também no norte de Londres, o Arsenal, com Cédric – marcou o terceiro golo – e Nuno Tavares a titulares nas laterais, recebeu e venceu por 5-1 o Everton, que a meio da semana tinha garantido a permanência.

Em outros jogos, o Manchester United, com Bruno Fernandes e Diogo Dalot, e o West Ham, mantiveram as posições, o sexto lugar (Liga Europa) e sétimo (Liga Conferência Europa), respetivamente, depois de ambos se terem despedido com uma derrota.

O United, o clube com mais títulos de campeão, despede-se sem saudades do treinador Ralf Rangnick, numa época em que foram mais os jogos em que perdeu pontos (10 empates e 12 derrotas) do que aqueles que venceu (16).

A equipa, que hoje perdeu por 1-0 na visita ao Crystal Palace (12.º), ficou a 35 pontos do campeão.