O governante, que falava à margem do 80.º aniversário do Estoril Praia, que contou também com a presença do selecionador português de futebol, Fernando Santos, e do treinador do Everton, Marco Silva, ambos ex-futebolistas e técnicos dos 'canarinhos', deu como exemplo o que se vive em Inglaterra.
"Há boas práticas em Inglaterra que temos de seguir. Uma delas é a contenção. A contenção que têm os dirigentes e nem sequer comentam casos de arbitragem. Porque se tem consciência de que é essa que é a raiz desta indústria que é o futebol", afirmou.
Para João Paulo Rebelo, não podem acontecer atos de vandalismo como aquele de foi alvo a habitação do árbitro Jorge Sousa, que vai dirigir no sábado o jogo entre Benfica e Santa Clara, da 34.ª e última jorna da I Liga, decisivo para a atribuição do título.
"Fiz uma viagem de 300 quilómetros até aqui. Foram quase três horas. Durante esse tempo fui trocando impressões com adjuntos meus e outras pessoas com quem fui falando. Não é só com leis que resolvemos esses problemas. Para o resolver, naturalmente, temos de ter um quadro legal, que temos. Um crime desses é público, que tem consequências. Tem também de haver formação do público, dos espetadores, tem que ver com trabalhar preventivamente", salientou.
Para isso, o secretário de estado aponta dois caminhos que se complementam, por um lado, a formação, e por outro, mais fiscalização.
"Essa consciência já se começa a ganhar no nosso país. O incidente que aconteceu no ano passado [ataque à Academia do Sporting, em Alcochete] veio criar uma consciencialização importante nos portugueses. Temos noção da verdadeira gravidade e do que é verdadeiramente inaceitável. Não pode haver violência onde há desporto", garantiu.
Questionado sobre o papel dos tribunais nos casos de violência no desporto, João Paulo Rebelo foi claro: cada um tem de fazer a sua parte.
"Este governo fez uma proposta de alteração da lei da violência no desporto. Criou uma autoridade para a prevenção e combate à violência no desporto. Lançámos uma campanha de sensibilização de violência zero para criar esta consciencialização. É um processo. O governo fez a sua parte. Todos temos de fazer a parte que compete a cada um", concluiu.
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