No início da apresentação Frederico Varandas, começou por salientar que esta é uma "apresentação que acontece sete meses antes do planeado, é uma escolha simples, natural, mas que teve início há cerca de quatro anos".

"Conheço o João como jogador há mais de 13 anos. Enquanto diretor clínico, foi meu jogador em três momentos diferentes. Sempre demonstrou liderança, caráter e um conhecimento do jogo anormal para um jogador. Isto são caraterísticas teóricas decisivas para ser treinador, mas uma coisa é um projeto, outra é a realidade, e o João teria de provar que seria treinador", recorda.

"Em 2021, convidámos o João para regressar ao Sporting, para ser jogador, para terminar a carreira e, ao mesmo tempo, iniciar uma nova. O João aceitou o desafio, começou com adjunto dos sub-23, depois, principal dos sub-23 e, por fim, treinador do Sporting B. Nestes três anos e meio, o João foi crescendo enquanto treinador, foi aperfeiçoando a sua equipa técnica e convenceu a estrutura de futebol da Academia pela sua competência e liderança", esclarece.

"Hoje, aqui estamos. Quase cinco anos depois, posso dizer que temos o mesmo sentimento que tinha nesta sala. Tenho muito poucas dúvidas de que João Pereira, daqui a quatro ou cinco anos, estará num dos clubes mais poderosos da Europa", refere o presidente dos leões.

"É uma nova velha equipa técnica, onde tem muito o dedo do João, da nossa unidade de performance e da estrutura. Não temos dúvida do ADN que queremos. É uma equipa técnica que acreditamos que dará continuidade ao crescimento do clube", sublinha ainda.

"Quero corresponder com mais títulos, porque o Sporting merece"

Já João Pereira, na sua vez de se dirigir ao microfone garantiu que é "uma honra e um orgulho ser treinador do Sporting". "Quero agradecer ao presidente, ao Viana e a toda a administração toda a confiança depositada em mim e na minha equipa técnica para liderar este projeto, nesta nova etapa", disse ainda.

Sobre o treinador cessante referiu: "Queria deixar uma palavra de agradecimento ao Ruben por tudo o que fez pelo futebol português, e, principalmente, por tudo o que fez pelo Sporting. Deixa um legado, e não foram só vitórias. É a união que criou no seio da família sportinguista".

Sobre o futuro refere "esta posição traz-me uma grande responsabilidade, que vem de mãos dadas com uma grande ambição e vontade de fazer do Sporting um clube vencedor e de futuro. Aos nossos adeptos, gostaria de pedir que continuem a apoiar a equipa como têm feito, porque, a caminharmos juntos, estaremos sempre mais perto da vitória".

Como objetivos: "Quero corresponder, dando mais títulos e passando essa mágoa que tenho do meu passado no Sporting, porque o Sporting deu-me muita coisa, permitiu-me ir à seleção, fazer uma transferência para um dos melhores campeonatos do mundo, voltar a casa duas vezes, e só correspondi com dois títulos. Esse campeonato foi-me mais oferecido do que o mérito que tenho. É uma mágoa que tenho. Quero corresponder com mais títulos, porque o Sporting merece".

"Ainda não fui ao gabinete"

Questionado pelos jornalistas se já entrou no gabinete de Amorim confessou que ainda não teve oportunidade: "Ainda não fui ao gabinete, porque ontem tivemos jogo na Tábua, que não correu da melhor maneira. Chegámos tarde, a única alegria foi o resultado da equipa A. Foi uma maneira de acabar bem o dia. Iremos todos, no final da apresentação, ao gabinete. Há uma coisa que levo do Ruben. Uma vez, teve uma conversa comigo e deu-me um conselho que vou levar para a vida, que é 'Sempre que quiseres inserir um comportamento ou uma dinâmica e não conseguires resumi-lo numa frase simples, é porque ainda não estás preparado'. Quando queremos passar algo aos jogadores, tem de estar bem claro na nossa cabeça", disse o novo treinador.

A apresentação terminou com uma homenagem à família muito emocionada. Com lágrimas nos olhos o novo treinador falou sobre o pai: "Ainda não falei muito bem com o meu pai, porque, quando sabia que isto ia acontecer, a única pessoa que sabia, além do presidente e do Viana, era a minha esposa, porque não queria criar distrações, tanto para a equipa principal, como para a B. Só quando sair daqui é que vou dar um grande abraço ao meu pai, que muita gente sabe que foi, é e continua a ser um grande sportinguista. Uma das grandes alegrias que lhe dei foi ser campeão aqui, com os meus filhos, e ele ter a possibilidade de pisar o relvado comigo. Estou um pouco emocionado, é normal, porque o meu pai vive muito isto. Acredito que esteja em casa a chorar, a ver isto. Um abraço para ti", disse em lágrimas.

Artigo atualizado às 16h18 com galeria de fotos