A neozelandesa Laurel Hubbard, de 43 anos, classificou-se para os Jogos Olímpicos de Tóquio na categoria acima de 87kg feminina (super pesadas) do levantamento de peso. A atleta faz história ao ser confirmada pelo Comité Olímpico da Nova Zelândia como integrando a equipa feminina da modalidade em Tóquio 2020.

Hubbard, que ganhou a prata no campeonato mundial de 2017 e terminou em sexto na edição de 2019 depois de se recuperar de uma grave lesão no braço nos Jogos da Commonwealth de 2018, disse que estava muito feliz por ter sido selecionada.

“Estou grata e humilde pela gentileza e apoio que me foi dado por tantos neozelandeses”, disse Hubbard em comunicado.

A atleta tornou-se elegível para competir nas Olimpíadas quando depois do Comité Olímpico Internacional (COI) ter, em 2015, mudado as regras, permitindo que atletas transgénero competissem como mulheres se seus níveis de testosterona estivessem abaixo de um certo limite.

Pelas regras do COI, os atletas transgénero podem competir nas categorias femininas desde que os seus níveis de testosterona estejam abaixo dos 10 nanomoles por litro de sangue no período de 12 meses anterior à competição — uma regra seguida pela Federação Internacional de Halterofilismo.

A atleta iniciou a transição de género em 2012 e a escolha de Hubbard não é, de acordo com os meios internacionais, consensual.

Embora os níveis de testosterona da atleta estejam abaixo do referido limite, há quem critique a sua participação considerando-a injusta para outras atletas femininas.

Parte dessas críticas passam por sinalizar as vantagens biológicas de quem passou pela puberdade como homem, como o aumento da densidade óssea e muscular. Hubbard chegou a competir antes de completar 30 anos e quando ainda era homem.

Polémica aparte, Laurel Hubbard está entre as atletas mais bem classificadas na sua categoria sendo uma forte candidata às medalhas.

Hubbard vai competir em Tóquio na categoria acima de 87 kg, na qual está em 16º lugar no ranking mundial.