O português, que foi treinador dos ‘dragões’ e é um portista assumido, assumiu que, para si, este duelo entre as duas equipas “é como um jogo entre pai e filho”, mas não escondeu a sua “missão” de o ter de ganhar.
“Não me sentiria bem em festejar efusivamente [se o Marselha marca]. Nesses momentos nunca estamos no controlo total das emoções, mas julgo que não vou festejar. Será quase com um jogo entre um pai e um filho, e nunca se quer o mal de um ou outro. Mas venho com o espírito de missão que tenho pelo Marselha, para ganhar”, disse o técnico português na antevisão encontro.
André Villas-Boas confessou que desde a altura do sorteio que está a viver “um misto de sensações”, embora mostrando-se “feliz” por voltar ao Estádio do Dragão, em ambiente competitivo, dez anos depois da sua última passagem pelo clube.
“Não quero beliscar a grandeza do Marselha, mas o FC Porto é o meu clube do coração e uma cidade que estou emocionalmente ligado. É um conjunto de emoções fortes que estou a viver. Fui bem recebido, mas venho uma missão particular, com compromisso que tenho com Marselha o que me obriga a jogar para ganhar e honrar a história do clube”, acrescentou.
Como conhecedor da equipa ‘azul e branca’, André Villas-Boas foi questionado sobre o momento irregular do FC Porto, sobretudo no campeonato nacional, algo que preferiu não comentar, embora mostrando-se ciente de como são assimilados esses momentos no FC Porto.
“Uma das coisas que conheço bem desta casa [FC Porto] é que a seguir a um momento de derrota segue-se revolta e transcendência. Como treinador do Marselha cabe-me usar essa experiência e conhecimento para transcender os meus jogadores e competir da melhor forma”, analisou.
Sobre a forma como os ‘dragões’ vão atuar, em termos estratégicos, o treinador do Marselha mostrou alguma incerteza, embora garantindo que a sua equipa “estará preparada”.
“As derrotas levam a muita introspeção e a pôr em causa o funcionamento da equipa. É difícil prever, pois o percurso do FC Porto, esta época, também tem sido marcado por alterações no sistema de jogo, o que torna tudo mais difícil analisar. O nosso foco será com os princípios de jogo universais em cada sistema do FC Porto, como a velocidade que têm, as transições, ou a ocupação nos espaços na grande área onde são muito fortes”, analisou.
André Vilas-Boas apontou que, apesar de a prestação do Marselha no campeonato francês estar a ser “melhor que a época passada”, “na Liga dos Campeões a equipa está mal”, depois das duas derrotas [frente a Olympiacos e Manchester City] e sem golos marcados, considerando “fundamental” este jogo com o FC Porto para inverter a situação.
“Estou aqui para vencer o jogo de amanhã [terça-feira] e manter vivas as nossas hipóteses de qualificação para os oitavos de final. Para isso, somos obrigados a empatar ou ganhar, e vai ser complicado. Tudo isto torna de grande importância esta dupla jornada com o FC Porto”, referiu.
André Villas-Boas foi ainda confrontado com o trabalho do Sérgio Conceição no comando do FC Porto, falando um “supertreinador” de quem é “fã”.
“Aprecio a forma com representa e defende os valores do FC Porto. Sou um fã dele e do seu trabalho. Depois, há um presidente histórico [Pinto da Costa], que tudo ganhou, e no qual votei, e que quero que leve este clube ao sucesso, embora não particularmente neste jogo”, confessou.
Além de André Villas-Boas na conferência de imprensa de antevisão do jogo, esteve, também, o médio Dimitri Payet, que frisou a necessidade do Marselha vencer esta partida.
“Não temos margem de manobra, é a última oportunidade que temos. Precisamos de ganhar pontos para ainda sonhar com a qualificação. É um facto que o FC Porto não está a passar a melhor fase, mas jogando em casa certamente vão querer ganhar. Temos de fazer o mesmo”, disse o médio gaulês.
O FC Porto, que segue no segundo lugar do grupo C com três pontos, recebe esta terça-feira o Marselha, que ainda não pontuou e está no quarto e último posto, numa partida agendada para as 20:00, com arbitragem do espanhol Antonio Mateu Lahoz.
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