O arranque da votação foi atrasado em cerca de meia hora, devido a um problema numa mesa de voto, mas que foi resolvido pouco depois, permitindo que o processo esteja a decorrer sem sobressaltos.
Neste arranque da votação, estiveram nas imediações do estádio cerca de três mil associados do FC Porto para exercer o seu direito, formando filas ordeiras.
Até ao momento, não houve qualquer perturbação no normal decorrer do ato eleitoral, que, ainda assim, está a ser vigiado de por elementos da PSP, no exterior do estádio.
Com este elevado número de adesão, é esperado que seja batido o recorde de 10.731 sócios votantes, que participaram nas eleições de 1988.
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, vai enfrentar hoje André Villas-Boas e Nuno Lobo nas eleições para os órgãos sociais dos vice-campeões nacionais de futebol, tendo em vista um 16.º mandato seguido no quadriénio 2024-2028.
Entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, os associados irão votar pela continuidade do 33.º líder máximo da história ‘azul e branca’, que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, ou pela primeira viragem de poder desde 1982.
Pinto da Costa, de 86 anos, foi diversas vezes eleito de forma isolada, mas vai enfrentar oposição nas urnas pela quarta vez – e segunda seguida com dois adversários -, perante uma contestação sem precedentes à sua gestão desportiva, financeira ou infraestrutural.
O empresário e professor Nuno Lobo (lista C) volta a concorrer à sucessão do presidente do FC Porto (A), quatro anos depois de ter sido o terceiro e último candidato mais votado, ao passo que o antigo treinador André Villas-Boas (B), que arrebatou quatro troféus pela equipa de futebol ‘azul e branca’ na época 2010/11, incluindo campeonato e Liga Europa, apresenta-se pela primeira vez nas urnas e impõe-se como o principal rosto da oposição.
Essas três listas disputam a direção, a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal e Disciplinar, com Nuno Lobo a abdicar da corrida ao Conselho Superior, que volta a incluir um movimento autónomo liderado pelo advogado e professor Miguel Brás da Cunha (D).
Uma campanha tensa, agravada pelo mau momento do atual terceiro colocado da I Liga, deixa à vista um novo recorde de participação, que perdura desde 1988, quando 10.731 sócios votaram no primeiro de dois êxitos de Pinto da Costa sobre José Martins Soares.
A renumeração do cartão de associado é condição obrigatória para votar e pode ser feita durante o dia até ao fecho das urnas, deixando incerta a dimensão do universo eleitoral.
Requerimento da Lista A levou ao pequeno atraso no arranque
O atraso de meia hora da abertura do processo eleitoral para a presidência do FC Porto deveu-se um requerimento apresentado pela Lista A, liderada por Pinto da Costa, para a substituição de alguns elementos na mesa de voto.
“Apresentámos um requerimento com um período de alteração de elementos de uma mesa, porque as pessoas que vinham, por motivos de saúde ou familiares, não puderam comparecer. Foi um pedido de substituição e que foi deferido”, explicou Miguel Corte Real.
O representante da Lista A considerou que tal é "algo normal num alto eleitoral", apontando que durante o dia “todas as listas vão apresentar requerimentos à mesa da assembleia geral”.
“Não vale a pena estarmos a fazer políticas neste dia. Não é culpa de ninguém, são apenas questões administrativas. Este é um dia de festa para o clube, e a Lista A quer que tudo corra bem, no respeito por todos os sócios”, completou o dirigente.
Miguel Corte Real considerou ainda que este processo eleitoral está “a ser um exemplo para todos os clubes do mundo”.
“[O ato eleitoral] Está a correr de forma excelente. Convido todos os sócios a virem até ao Estádio do Dragão. Está bem organizado, e, pelo que tenho ouvido, os sócios estão satisfeitos com a fluidez e a segurança do processo. O clube e todos os funcionários estão de parabéns”, finalizou.
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