O Autódromo Internacional de Portimão (AIA) recebe o Grande Prémio Tissot de Portugal, 5.ª etapa do calendário 2022 do Mundial de Moto GP. Pelo terceiro ano consecutivo e pela quarta vez, a categoria “rainha” do motociclismo de velocidade acelera em Portimão.
Tendo “beneficiado” com a pandemia que se instalou no mundo — por motivos de saúde pública deu-se o cancelamento de Grandes Prémios em diversas latitudes — a “Montanha Russa” algarvia entrou na rota do Mundial de MotoGP. De suplente passou a residente, colocando Portimão no mapa-mundo dos grandes eventos de motociclismo.
No fim de semana de véspera da Revolução de Abril, o povo pode sair à rua sem amarras para preencher a totalidade dos lugares das bancadas do AIA, embora a lotação esteja, à data de hoje, longe de estar esgotada.
O SAPO24 questionou os responsáveis do AIA através do gabinete de comunicação sobre o número de espectadores previstos mas não obteve resposta em tempo útil.
Este ano será a primeira vez que abrirá as portas na sua plenitude depois da limitação a 75% dos lugares na bancada à última passagem, a 7 de novembro passado, e da ausência de público nas duas corridas precedentes, devido à pandemia da Covid-19.
Da vitória na estreia à desistência na última prova
Na estreia, a 22 de novembro de 2020, o piloto português, Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech 3), partiu da pole position, fez a volta mais rápida e foi o primeiro a ver a bandeira de xadrez a esvoaçar na reta da meta.
Perante as bancadas despidas, o triunfo do Falcão de Almada foi visto no ecrã por “480 milhões de espetadores” e “48 milhões de seguidores/subscritores” nas redes sociais e sites, segundo estimativas de impacto mediático apontadas pela Dorma, empresa promotora do motociclismo.
No ano passado, numa passagem dupla pelo Autódromo Internacional do Algarve, o piloto da Red Bull KTM Factory Racing acabou em 16.º a 18 de abril e desistiu a 7 de novembro, em GP ganhos por Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo), respetivamente.
Ainda presente na memória da última aparição dos motards em Portimão está o adeus à lenda Valentino Rossi, após 26 anos ao volante, no Grande Prémio no qual Fabio Quartararo entrou na pista algarvia como campeão mundial, o primeiro piloto francês a conquistar o título da categoria rainha em duas rodas.
Foi o culminar de uma “longa caminhada” do projeto que possibilitou a realização de três provas do MotoGP e duas de Fórmula 1 “no espaço de 12 meses”, disse então, na apresentação dessa prova, Paulo Pinheiro, CEO do AIA. Estava ganha a aposta nascida em 2008 na freguesia de Mexilhoeira Grande.
Comum às três passagens por Portimão tem sido o efusivo apoio dos fãs portugueses ao piloto de 27 anos. Depois das caravanas das edições passadas, este ano centenas de motociclistas acompanharam Miguel Oliveira até à pista.
Piloto português parte da 11.ª posição da grelha
No filme da temporada 2022, Oliveira já experimentou um pouco de tudo: abandonou (Qatar) no arranque da temporada, venceu (Indonésia), terminou no 13.º posto (Argentina) e não pontuou (foi 18.º no GP das Américas).
“O arranque da temporada não foi, certamente, o que desejámos. Queríamos estar a lutar no top 10, mais perto do top 5, mas sabíamos que, mais tarde ou mais cedo, viríamos aqui, que é sempre diferente por ser o meu Grande Prémio caseiro”, disse Miguel Oliveira em conferência de imprensa, na passada quinta-feira.
O piloto português da KTM entra em Portimão a ocupar o 9.º lugar do Mundial, com 28 pontos, a 33 de distância do líder, Enea Bastianini (Gresini Ducati), o único a vencer duas corridas neste ano.
No Grande Prémio Tissot de Portugal, parte da 11.ª posição na 4.ª linha da grelha de partida. O francês Johann Zarco registou a pole position, a primeira deste ano e a 7.ª da carreira.
Amanhã, a partir das 13h00, assistir-se-á a quem for o primeiro piloto a terminar as 25 voltas na pista portuguesa com 4,6 km de perímetro entre elevações e descidas, uma reta de quase 1 km (970 m) e pelas 15 curvas (6 esquerdas e 9 direitas).
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