“Estamos no fim de uma caminhada. Jogámos uma ‘final’ no fim de semana [vitória sobre o Torino] para garantir um lugar na Liga Europa da próxima época, e conseguimos. Fizemos história para estar na final da LCE e agora temos de a vencer e assim fazer história. Conseguimos manter o entusiasmo num nível bom, sem exageros e mantendo o foco no jogo. Os jogadores estão concentrados, com a mentalidade certa e alegria para jogar este tipo de jogos”, disse o treinador português na conferência de imprensa de lançamento da final da prova.
Questionado sobre qual a receita para vencer a final, Mourinho disse que “não acredita em poções mágicas, nem em feitiços” e acrescentou que “não há nada de especial a fazer, apenas a equipa ser igual a si própria, conhecer as suas qualidades e limitações”.
Para o treinador português, esta “será sempre uma época positiva” para a Roma, independentemente do resultado da final da LCE, e rebate a ideia de que as equipas neerlandesas não são, geralmente, bem-sucedidas nas finais europeias.
“Isso não é verdade. Ajax e PSV já venceram várias finais europeias e o Feyenoord venceu a Taça dos Campeões e duas edições da Taça UEFA. [Os Países Baixos] têm uma história incrível”, contrapôs Mourinho, que desvalorizou o papel dos dois treinadores na final de quarta-feira, visto que o seu trabalho está feito e agora é entre os jogadores.
Do ponto de vista pessoal, esta final assume um significado especial para Mourinho: “Se eu ganhar, serei o primeiro a ganhar todos os troféus europeus, mas isso só se eu ganhar. É uma final. Não tenho mais nada em mente até amanhã [quarta-feira]. Esta final é como a primeira para mim — nada mudou”.
O momento serviu para o técnico português recuar ao passado: “A história do ‘Special One’ é uma história antiga. Foi quando eu estava no início [da minha carreira]. Quando se tem mais maturidade e estabilidade, pensamos mais nas pessoas e menos em nós próprios. É uma história antiga, não acredito em magia — quando se chega a uma final depois de uma temporada de trabalho, o trabalho está feito. É o momento da equipa, não o momento de um indivíduo”.
Depois de referir que este “é um momento especial para a Albânia e para Tirana” e de elogiar a beleza do estádio, Mourinho revelou que Henrikh Mkhitaryan, que tem estado lesionado há várias semanas, lhe confidenciou que está pronto para jogar e que confia na avaliação que o jogador arménio faz em relação à sua forma física.
Por seu turno, o técnico holandês do Feyenoord, Arne Slot, disse estar bem documentado acerca do seu adversário na final de Tirana.
“Vimos muitos jogos da Roma. Têm quase sempre o mesmo estilo de jogo. Ficaria surpreso se a Roma tentasse jogar mais à defesa. Espero que eles apostem nas bolas longas para as costas da nossa defesa. Mas, nunca se sabe”, afirmou.
Slot admite que José Mourinho possa tentar surpreendê-lo: “Sabemos o que esperar, mas nunca se sabe, às vezes o treinador adversário faz uma pequena alteração no seu plano de jogo. Mas, vimos muitos jogos, pelo que esperamos estar preparados da maneira certa. Eu próprio ficaria surpreendido se ainda pudéssemos ver algo que ainda não vimos”.
José Mourinho pode, na quarta-feira, em Tirana, erguer o quinto título europeu da sua carreira, agora ao leme dos italianos da Roma, na final da primeira edição Liga Conferência Europa de futebol, frente aos neerlandeses do Feyenoord.
O técnico luso, de 59 anos, natural de Setúbal, regressa a um palco de uma grande decisão europeia, depois de ter conquistado a Liga Europa, em 2017, ao serviço dos ingleses do Manchester United.
Antes, Mourinho também venceu duas edições da Liga dos Campeões, uma pelo FC Porto e outra pelo Inter Milão, e ainda uma Taça UEFA, ao serviço dos ‘azuis e brancos’.
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