O canoísta português Fernando Pimenta ficou em segundo lugar na prova de K1 1000 metros, nos Mundiais de canoagem.
O bicampeão da Europa da distância, que procurava o seu primeiro título mundial, concluiu a prova no segundo lugar, a 239 milésimos de segundos do vencedor, o alemão Tom Liebsche, cronometrado em 3.37,754 minutos. O checo Jozef Dostal ficou no terceiro lugar.
Pimenta, que em 2015 conquistou o bronze nos Mundiais em Milão, Itália, terá nova oportunidade de medalha no domingo, em K1 5.000, distância que não integram o programa olímpico.
Antes, a portuguesa Teresa Portela foi hoje sétima classificada na final de K1 500. Portela completou a prova com 1.52,254 minutos, ficando a quase quatro segundos da nova campeã, a bielorrussa Volha Khudzenka, que bateu a neozelandesa Lisa Carrington por 289 milésimos de segundo. A dinamarquesa Emma Astrand Jorgensen terminou a 2,044 segundos e conquistou o bronze.
Os Mundiais de canoagem decorrem em Racice, na República Checa.
Prata provoca "misto de sentimentos" a Fernando Pimenta
“É a alegria da medalha, de ser vice-campeão do Mundo. E a angústia de não ter conseguido ser campeão do Mundo. Fiquei a 239 milésimas da medalha de ouro. Só tenho de estar de consciência tranquila. Tenho a certeza de que eu e o meu treinador fizemos o possível para um bom resultado”, disse, ainda ofegante, após ser ultrapassado muito perto do fim pelo alemão Tom Liebscher, cronometrado em 3.37,754 minutos.
Depois do bronze na mesma distância em 2015, Pimenta conquistou a sua segunda medalha individual em Mundiais e quarta no total, de entre as sete de Portugal, atingindo o melhor resultado da história lusa em K1, mas a sua “ambição” não o deixava sorrir.
“O objetivo era tentar igualar o feito de 2015 no apuramento olímpico com medalha de bronze. Felizmente conseguimos melhorar esse resultado. Acho que é muito bom”, aligeirou o português, que ficou a 239 milésimos do ouro.
O limiano contou que veio a medir forças com o atleta da casa, o checo Jozef Dostal, vice-campeão olímpico, que terminaria em terceiro, não percebendo que o rival alemão vinha de trás com uma fortíssima ponta final.
“Não tinha a noção do resto, estava focado na minha prova. Só a partir dos 500 metros vi que estava alguém ao meu lado, o checo. Tentei acelerar para tentar forçar, pois sabia que ele podia ser mais rápido no fim. Nos metros finais ganhei-lhe terreno e tentei dar o máximo e não desequilibrar, pois as forças já não era muitas. Infelizmente não me apercebi do atleta alemão...”, lamentou.
O português acredita que competir noutra pista que não a 6 - Dostal estava na 5 e Liebscher na 4 - o poderia ajudar a “controlar um pouco melhor” os rivais, mas agora é tempo de saborear “mais um feito para a canoagem portuguesa e para o desporto nacional”.
“Nunca chego a ter noção dos resultados que consigo, porque queremos sempre mais e melhor. Sabemos o nível de dificuldade e exigência que isso acarreta, mas queremos sempre mais. Esta seleção tem atletas e equipa com ambição e queremos sempre resultados, e se possível vencer. Agora é descansar e estar na máxima força no K1 5.000 de domingo”, prosseguiu.
Fernando Pimenta acredita que o registo de 69 medalhas que tem na carreira em provas internacionais pode ser ampliado já no domingo.
“Gostava de conseguir esse feito. Setenta medalhas internacionais seria um marco muito importante para a canoagem portuguesa e para o desporto nacional. Está tudo em aberto. Somos mais de 30 atletas, será muita emoção e adrenalina. Vou tentar andar na frente e fazer boa gestão de prova, tentar alguma sorte nas rondagens para não ficar fechado e evitar toques nas traseiras que me possam tirar da linha da frente”, concluiu.
[Notícia atualizada às 12h25 com as declarações do canoísta]
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