Com dois ecrãs gigantes na Avenida dos Aliados, a baixa do Porto recebeu milhares de adeptos para seguir o jogo da seleção, num entusiasmo que cedo começou a decair, fruto do primeiro golo de Edinson Cavani.
Ainda assim, nem a chuva que caiu na primeira parte fez os adeptos arredar do lugar e durante os sete minutos em que Portugal esteve empatado a euforia ganhou corpo, mas acabou cedo, quando Cavani bisou e decidiu o jogo.
Quase na primeira fila dos milhares que conseguiram seguir o jogo sentados, Lucas Parolin, "há quase um ano a viver no Porto", mostrava que era uruguaio, trajando a camisola da seleção sob uma bandeira do seu país.
Apesar da vitória estava calmo, apressando-se a desvendar porque razão o Uruguai segue para os quartos de final: "Somos uma seleção com muita garra, mas que nunca é favorita e os adversários subestimam-nos e é graças a isso que temos conseguido seguir em frente".
Vincando que "nos jogos do Uruguai sofre-se sempre até ao final", admitiu que ver o jogo entre portugueses "foi tenso, muito tenso", explicando que quando chegou à avenida começou por erguer "a bandeira", mas depois começou "a ver muita gente" e disse ter ficado "arrepiado" com o patriotismo do portugueses.
"É um sentimento muito bonito. É um pouco difícil estar no meio de tanta gente, mas as pessoas aqui são muito amigas", elogiou.
A seleção sul-americana já foi campeão do mundo duas vezes e Lucas Parolin acredita que pode ganhar o terceiro troféu na Rússia: "Sim, tenho muita fé. O Uruguai tem uma grande equipa, com muita humildade creio que vai chegar à final".
Envergando uma camisola do Sporting enquanto segurava a bandeira de Portugal, Ricardo Moreira declarou à Lusa que a caminhada da seleção nacional no Mundial "soube a desilusão pelo último jogo".
"Merecíamos mais. Portugal tem feito um grande trabalho ao nível de seleções e merecíamos muito mais", lamentou.
Considerando que "falhou marcar" na equipa de Fernando Santos, afirmou que o adversário "foi lá a frente, fez dois golos e mais nada", numa análise que faz com que veja o Uruguai como "um justo vencedor" pois "conseguiu cumprir a estratégia que tinha para o jogo".
"Espero, agora, que elimine a França", concluiu.
Da análise de Sandra, de cachecol no pescoço e faces decoradas a traços verdes e vermelhos, veio a crítica à arbitragem.
"Fomos roubados. O árbitro deixou passar muitas faltas", disse, numa análise que foi até ao último momento do trabalho do árbitro mexicano: "Aqueles quatro minutos de compensação não é nada. Estou muito desiludida".
Dos jogadores portugueses disse que "lutaram, tentaram ser fortes, mas a outra seleção é boa" e aproveitou todas as falhas, considerou Sandra que, terminado o jogo, misturava sentimentos: "Estou triste, mas orgulhosa pela nossa seleção".
João Ranger, envergando a camisola do Boavista, afirmou que o desequilíbrio da balança esteve na defesa uruguaia, que "foi muito melhor", e onde "era difícil entrar", precisando que, mesmo assim, Portugal "lá conseguiu o golo".
"Estava à espera de mais e Portugal não mereceu perder. Fico triste, mas contente porque demos o nosso melhor. É o nosso país, a nossa nação e temos de o defender mesmo na hora da derrota", rematou o jovem portuense.
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