“Pus uma fasquia a mim mesmo, embora saiba que é difícil. Mas propomo-nos a dar uma enorme alegria aos portugueses. É isso que vamos tentar fazer em cada jogo, com o máximo de intensidade, entrega, paixão e qualidade. O que nos move é dar uma grande alegria aos portugueses”, afirmou o técnico, na antevisão do encontro com o Gana, o primeiro da equipa das ‘quinas’ no Grupo H do Mundial2022, na quinta-feira.
Fernando Santos, que falava em conferência de imprensa no Centro Nacional de Congressos do Qatar, admitiu que “os portugueses podem ficar divididos na hora das convocatórias”, mas realçou que quando a formação lusa iniciar a competição “as praças vão estar cheias e as pessoas em frente às televisões”.
De resto, assumiu claramente que Portugal vai lutar por erguer o troféu no dia 18 de dezembro: “Não há qualquer treinador ou jogador que não tenha o sonho de ser campeão mundial. Nós, temos o sonho, a ambição e a capacidade para poder lutar por isso e vamos fazê-lo. Não somos presunçosos, não sentimos que somos os melhores do mundo, mas temos convicção na qualidade desta equipa e nestes jogadores”.
Por outro lado, o selecionador nacional, de 68 anos, disse que “o primeiro jogo em qualquer competição é sempre o mais importante, porque é o próximo e a vitória traz energias mais positivas”, ainda que tenha lembrado, com algum humor à mistura, o que sucedeu no Euro2016.
“Empatei os três primeiros jogos e ganhei o Campeonato da Europa. Se fosse para repetir, todos nós assinaríamos por baixo, mas sabemos que é um risco muito grande”, referiu, entre sorrisos.
Além de assegurar que o “ambiente na seleção tem sido sempre bom”, Fernando Santos não se escusou a comentar o momento de Cristiano Ronaldo, que deixou o Manchester United na terça-feira, garantindo que o conflito entre o capitão luso e os ‘red devils’ “nem foi comentado” na seleção.
“Acho que toda a gente está muito focada, não foi um assunto falado, nem foi comentado no espaço de lazer, de conjunto entre os jogadores. Ainda hoje estavam 20 jogadores sentados, juntos, e não foi tema, nem assunto. Há um foco total, um espírito fantástico e os jogadores estão convictos do que têm de fazer”, disse, confessando ser um “defensor intransigente dos direitos humanos”.
"Temos de estar alerta e não achar que só basta marcar"
Fernando Santos alertou para "o que tem acontecido nos jogos" do Mundial2022 de futebol, salientando as dificuldades que a seleção portuguesa vai sentir no jogo com o Gana, o primeiro no Grupo H.
"Vencer uma competição destas é tremendamente difícil para qualquer seleção. Basta ver o que aconteceu até agora. Ainda agora estive a ver o jogo da Croácia com Marrocos e foi equilibrado, quando se previa que a Croácia fosse mais forte", disse o selecionador nacional-
Santos, que vai cumprir o terceiro Mundial, depois de liderar a Grécia em 2014 e Portugal em 2018, afirmou que "hoje em dia as equipas são fortes", sendo que os jogadores ganeses "jogam em grandes campeonatos, em grandes equipas".
"Já estão habituados às questões táticas, que era algo que se notava antigamente. Hoje, não se nota essa diferença", analisou, em conferência de imprensa realizada no Centro Nacional de Congressos do Qatar.
Desta forma, o técnico, de 68 anos, mostrou-se convicto de que o Gana "vai criar muitos problemas" à equipa das 'quinas'.
"É uma equipa muito bem organizada. Vi jogos do Gana e, neste último [particular], com a Suíça [particular], mostrou-se mesmo muito bem organizada. É muito rápida nas transições. Temos de estar alerta em todos os momentos do jogo e não achar que o jogo é só marcar e não é preciso atenção ao resto. Depois, é potenciar as características dos jogadores e alcançarmos a vitória, porque, certamente, dar-nos-á um alento maior", transmitiu.
Fernando Santos disse ainda que é expectável ver uma equipa muito idêntica à que venceu a Nigéria (4-0), no único particular disputado antes do Mundial, ainda antes da partida para o Qatar.
"Pode esperar-se uma equipa igual, com os jogadores focados, dinâmicos, criativos. Temos de potenciar as características deles em cada momento. Eles têm qualidade, sabem disso, por isso jogam onde jogam. Tenho 26 jogadores e, sinceramente, vou para a cama dormir muito tranquilo, porque estão todos em condições e porque todos me dão garantias", concluiu.
Portugal e Gana jogam na quinta-feira, às 19:00 locais (16:00 em Lisboa), no Estádio 974, em Doha, em jogo do Grupo H do Mundial2022.
A equipa das ‘quinas’ defrontará, depois, o Uruguai, em 28 de novembro (22:00 locais), e a Coreia do Sul, de Paulo Bento, em 02 de dezembro (18:00).
A 22.ª edição do Campeonato do Mundo decorre até 18 de dezembro, no Qatar.
(Notícia atualizada às 14h26)
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