Uma das grandes sensações destas duas semanas em Melbourne Park, Dimitrov esteve perto de desfazer o sonho de milhões de adeptos do ténis, mas a resiliência do espanhol acabou por conduzi-lo à vitória, com o nono cabeça de série, que nos últimos meses enfrentou períodos conturbados devido a lesão, a vencer em cinco ‘sets’, depois de quase cinco horas de encontro.

Era a final menos provável, mas também a mais desejada, depois da eliminação precoce de Andy Murray e Novak Djokovic e o espanhol não defraudou as expetativas, garantindo que, no domingo, ele e Federer vão reeditar aquela que é uma das mais bonitas rivalidades da história do desporto, naquele que será o seu nono duelo em finais de ‘Grand Slam’ e o primeiro desde Roland Garros 2011 - o espanhol leva a melhor, com seis triunfos.

Nos discursos após as respetivas vitórias nas meias-finais, ambos recordaram um episódio de dezembro passado, quando Nadal inaugurou a sua academia e os dois, lesionados, trocaram umas bolas com os miúdos e reconheceram que aquilo era o melhor a que poderiam aspirar.

Hoje, um dia depois de o suíço sobreviver a uma batalha com o seu compatriota e amigo Stanislas Wawrinka, foi a vez do espanhol ser colossal para impor-se àquele que em tempos foi considerado o ‘bebé Federer’, por 6-3, 5-7, 7-6 (7-5), 6-7 (4-7) e 6-4, em quatro horas e 56 minutos.

“O ano passado foi duro, foi preciso esperar para regressar ao meu melhor nível. Trabalhei muito, nunca ousei sonhar em estar na final do meu segundo torneio da época”, assumiu o maiorquino, de 30 anos.

O nono cabeça de série foi levado ao limite por Dimitrov, que disputava a sua segunda meia-final do ‘Grand Slam’ depois de Wimbledon 2014. O búlgaro esteve mesmo perto de superiorizar-se no quinto ‘set’, dispondo de três pontos de ‘break’, mas acabou por ver a pressão atraiçoá-lo no nono jogo.

O 15.º pré-designado ainda salvou dois ‘match-points’, quando Nadal servia com 5-4 no marcador, mas a maior experiência de ‘Rafa’, vencedor de 14 torneios do ‘Grand Slam’, veio ao de cima.

“É difícil descrever a minha emoção. O Grigor jogou excecionalmente bem. Foi um grande encontro, estou contente por ter feito parte dele”, confessou.

Antes da sua primeira final de um ‘Grand Slam’ desde Roland Garros 2014, quando conquistou o seu nono título na ‘catedral’ da terra batida, Nadal só quer descansar bem, antes de enfrentar um dia recheado de emoções.

“É muito especial para nós os dois encontrarmo-nos na final”, disse, referindo-se ao seu eterno rival e “fã número um” – as palavras são de Federer -, que estará à procura de reforçar o seu estatuto de recordista de triunfos em ‘majors’, com um 18.º título.

No domingo, os dois antigos número um do ténis mundial vão reeditar, em Melbourne Park, a final de 2009, que acabou com Nadal a levantar o troféu e com o suíço a confessar, em lágrimas, que a derrota o estava a “matar”.

Este será o 34.º encontro entre ambos, com o espanhol a ter 23 triunfos no confronto direto.

[Notícia atualizada às 16:04]