Contactada pela Lusa, fonte oficial dos ‘encarnados’ confirmou que a SAD do Benfica é um dos dois arguidos coletivos cuja constituição foi revelada hoje pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que Luís Filipe Vieira é o único arguido individual, por presidir à sociedade.
A mesma fonte disse que os advogados dos ‘encarnados’ apresentaram um requerimento, a fim de saberem se o processo está em segredo de justiça, ressalvando que em causa está um processo de crime fiscal, que nada tem a ver com questões desportivas ou ‘sacos azuis’.
Questionado pelo SAPO24, o Ministério Público não confirmou que o Benfica e o seu presidente estão a ser alvo de investigação, indicando apenas "a existência de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Lisboa e no qual se investigam factos suscetíveis de integrarem crime de fraude fiscal".
O MP, apesar de não confirmar que Luís Filipe Vieira, Benfica SAD e Benfica Estádio foram constituídos arguidos, indicou que "no âmbito deste inquérito foram, ontem, constituídos três arguidos, uma pessoa singular e duas coletivas."
De acordo com uma notícia avançada hoje pelo jornal A Bola, várias figuras e instituições relacionadas com o Benfica estão a ser investigadas no âmbito de uma operação levada a cabo pela Autoridade Tributária.
O jornal tinha também avançado que Luís Filipe Vieira já foi ouvido pelo Ministério Público no âmbito dessa investigação, denominada Operação Saco Azul, e que tinha sido constituído arguido, tal como a Benfica SAD e a Benfica Estádio.
Hoje, serão ouvidos o CEO, Domingos Soares de Oliveira, e o diretor financeiro do Benfica, Miguel Moreira, diz ainda A Bola.
O Benfica reconheceu hoje que Luís Filipe Vieira e outros dirigentes do clube foram ouvidos pelo Ministério Público, mas negou que tenham sido constituídos arguidos, informa o Tribuna Expresso.
Fonte oficial do Benfica confirmou à Agência Lusa que Luís Filipe Vieira foi ouvido na segunda-feira, acrescentando tratar-se de uma questão relacionada com o pagamento de IVA e IRC e não com um alegado ‘saco azul’ e também sem relação com a gestão desportiva.
Já hoje, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação de ações da Benfica SAD, por aguardar divulgação de informação relevante ao mercado.
Segundo A Bola, a investigação remota a 2018 e em causa estão 1,8 milhões de euros que saíram das contas da Benfica SAD durante seis meses para pagamento de serviços que nunca terão sido prestados. A Polícia Judiciária terá então realizado buscas no clube, tendo recolhido e analisado documentos na tentativa de encontrar crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Num comunicado emitido a 6 de junho de 2018, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) tinha dado conta da constituição de seis arguidos, três pessoas singulares e três coletivas, no âmbito do inquérito à investigação aos “crimes de branqueamento e fraude fiscal”, e no âmbito da qual foram “emitidos três mandados de busca domiciliária e cinco não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA”.
“Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660 euros, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica”, explicou a PGDL.
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