"Até 31 de dezembro de 2017, estamos a falar de apostas cujo valor rondará qualquer coisa como 20 milhões de euros que os clubes reclamam e consideram deveria ter sido encaminhado para os clubes do futebol profissional se a portaria tivesse sido interpretada convenientemente", afirmou Pedro Proença no final da IV cimeira de presidentes.
O presidente da Liga considerou que "mesmo percebendo que a portaria terá sido interpretada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) de forma diferenciada", o que os clubes pretendem é que "haja um aclaramento relativamente à portaria".
"Aquilo que esteve na filosofia da elaboração da portaria era tudo aquilo que dizia respeito ao futebol profissional e às apostas em ligas profissionais e deveria ser canalizado para o futebol profissional", sublinhou Pedro Proença, lembrando que "passados três anos das verbas distribuídas em apostas desportivas, os clubes reclamam para si um quinhão muitíssimo importante em ligas profissionais internacionais".
A Liga "considera que há mais 'players', como sejam a Associação Portuguesa de Árbitros, o Sindicato de Jogadores e a Associação Nacional de Treinadores", que também "têm de ser contemplados com estes valores".
Para o dirigente, a proposta que o governo fez para a lei da violência do desporto "fica muito aquém daquilo que seriam as pretensões" dos clubes.
Na cimeira, em que uma das ausências de presidentes notada foi a de Pinto da Costa, do FC Porto (fez-se representar por Hugo Silva Nunes, do departamento jurídico), Pedro Proença esclareceu que foram abordados "diversos temas".
"Um primeiro, a dinamização da II Liga para os próximos dois anos. Aquilo que a Liga pretende fazer, nomeadamente no acrescentado valor dos audiovisuais da própria II Liga. Depois, foram discutidos os temas que na semana passada foram levados ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, nomeadamente a preocupação que a Liga tem em ver rediscutida a chave de repartição das apostas desportivas, no que diz respeito às apostas desportivas em ligas profissionais internacionais", revelou o presidente da Liga.
Pedro Proença anunciou ainda que foi apresentado o novo troféu da Taça da Liga, "que irá definir aquilo que será o próximo campeão de inverno que se disputará na última semana do mês de janeiro de 2019".
O responsável acredita que não será necessário avançar com a ameaça de parar os campeonatos deixada pelo presidente da SAD do Marítimo, Carlos Pereira, porta-voz dos clubes.
"Aquilo que o presidente do Marítimo referiu aqui foi a grande preocupação que levámos ao secretário de Estado, nomeadamente naquela que será a próxima discussão da lei da violência, porque os clubes querem mais daquilo que está a ser aprovado" e também a "lei de seguros de acidentes de trabalho dos jogadores".
Pedro Proença considerou que estas são matérias "que estão a ser discutidas há muito tempo".
Admitindo que "todas as formas de protesto são de considerar", o dirigente entende que "existe ainda um espaço suficiente" para se encontrar "boas soluções".
"O que os clubes querem é 'deadlines', objetivos por parte do governo, da tutela. Não é nesta altura que estamos a discutir quais serão as formas de protesto, mas com ponderação e capacidade de agregação das sociedades desportivas e o que queremos verdadeiramente é que o governo nos ouça", frisou.
Pedro Proença lembrou que o futebol profissional representa "cerca de 0,3% do PIB" e "mais de 2.000 postos de trabalho diretos".
"Isto leva-nos para um patamar que obriga a tutela a ter outro tipo de atenção", sublinhou.
Na cimeira de presidentes de hoje estiveram ausentes os presidentes das SAD do Vitória de Guimarães, Nacional, Santa Clara, Feirense, Covilhã e Moreirense.
A próxima reunião ficou marcada para quando for disputada a 'final four' da Taça da Liga, em Braga.
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