“Neste momento o futebol português não estará bem integrado no espírito da democracia”, começou por afirmar Jorge Nuno Pinto da Costa, questionado pelos jornalistas à chegada a um jantar na Assembleia da República, em Lisboa, com deputados apoiantes do FC Porto.

Questionado sobre que mudanças preconizava, o dirigente portista acrescentou: “Muita coisa. E isso já pode competir e ter a ajuda dos senhores deputados.”

“Por exemplo, não faz sentido que haja registadas no Instituto Português da Juventude (IPDJ) 23 claques oficiais dos clubes, que não conste nenhuma do Benfica, e que no entanto a Federação [Portuguesa de Futebol] as reconheça. E que o IPDJ depois venha dizer que as claques do Benfica nunca tiveram problemas com a polícia nem com as federações. Quando ainda há dias assistimos à detenção de um indivíduo que tinha morto outro e há anos andava fugido. E isto já é uma questão de leis e de justiça e uma coisa que caberá se calhar um dia a esta casa tomar medidas”, afirmou.

Relativamente à decisão do Ministério Público (MP) de juntar os inquéritos dos ‘vouchers’ e dos ‘emails’ do Benfica num só processo, esta semana conhecida, Pinto da Costa ironizou: “Se é para ser mais rápido vejo com satisfação. Se na prática não for mais rápido vejo com insatisfação. Mas como não percebo nada disso nem sou jurista, nem percebo muito como funciona o Ministério Público, nem tenho nenhuma relação mais íntima com Angola, é uma coisa que não me interessa nada.”

O presidente dos ´dragões´ saudou, de resto, o que considerou ser o número crescente de parlamentares simpatizantes dos 'azuis e brancos'.

“Há 23 anos que acontece [o jantar] e é sempre com prazer redobrado que vemos cada vez mais deputados portistas, o que é uma esperança de que este país vai melhorar”, disse.