Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo dos Países Baixos, o ministro referiu que há preocupações em matéria de direitos humanos no Qatar, que as pessoas estão preocupadas com o tratamento da comunidade LGBT e em relação ao tratamento dos trabalhadores migrantes.

“Esperamos que, colocando os holofotes sobre estas questões, seja também um incentivo para que o Qatar se debruce sobre estes problemas”, referiu o ministro questionado sobre o tema e após a aprovação pelo Parlamento da ida do Presidente da República, Marcelo Revelo de Sousa, ao Qatar.

“Quanto aos nossos representantes, Presidente da República, Primeiro-Ministro, Presidente da Assembleia da República, vão simbolizar todo o apoio da nação portuguesa à nossa equipa de futebol”, adiantou.

“Não vão participar em discussões com o Qatar. Não é esse o objetivo. Portanto, não tem qualquer relação com as nossas relações com o Qatar”, disse Gomes Cravinho.

O ministro dos Países Baixos, Wopke Hoekstra, disse que tem funcionado muitos países envolverem-se em conversações sobre o tema e que “o que é importante é continuar a manter o diálogo”.

“Havia preocupações significativas sobre a situação em que as pessoas trabalhavam nos estádios, mas também de forma mais ampla. Essa foi uma razão pela qual muitos de nós, incluindo os Países Baixos, nos envolvemos nestas conversações para ver o que poderíamos fazer para melhorar isto”, adiantou.

“Tem funcionado (…) É claro que não reparámos a situação ao nível que gostaríamos, mas conseguiu trazer melhorias e isso mostra-nos que temos de continuar a empenhar-nos neste tema”, defendeu.

Sobre a delegação dos Países Baixos, Hoekstra adiantou que o ministro do Desporto vai estar num dos próximos jogos da fase de grupos e, a partir daí, o Governo voltará a analisar “o que poderá ser uma delegação adequada”.