“Estou a dizer adeus à seleção. É um momento muito emotivo para mim, mas é hora de aceitar que foi o meu último jogo como técnico da Bélgica”, frisou, durante a conferência de imprensa posterior à terceira e última jornada do Grupo F, em Al Rayyan, no Qatar.

Roberto Martínez, de 49 anos, foi designado em 2016 como sucessor do antigo médio internacional Marc Wilmots, cuja saída se tinha consumado após a derrota com o País de Gales nos quartos de final do Europeu desse ano, que seria conquistado por Portugal.

“Sou uma pessoa que gosta de aprender com as lições. Estava cá há seis anos e muito comprometido com o projeto. Tudo o que consegui fazer nesta seleção deixa-me muito orgulhoso. Deixei um grande legado e estou muito satisfeito com o resultado”, agregou.

Sob orientação do ex-treinador dos galeses do Swansea City (2007-2009) e dos ingleses do Wigan (2009-2013) e do Everton (2013-2016), a Bélgica registou a melhor prestação em 14 presenças em Mundiais, ao arrebatar a medalha de bronze em 2018, na Rússia.

“Mesmo que tivéssemos conquistado o Mundial2022, eu teria deixado o cargo no final do torneio. Tomei essa decisão um pouco antes da prova. Acho que os projetos têm de ser de longo prazo. Desde o Mundial2018, tive muitas oportunidades para aceitar ofertas de clubes, mas sempre fui fiel à seleção belga. Não me estou a demitir, mas o meu contrato está a chegar ao fim e esse era o plano desde o início”, estabeleceu Roberto Martínez.

Os ‘diabos vermelhos’ chegaram ainda aos ‘quartos’ do Euro2020, disputado em 2021, devido à pandemia de covid-19, sendo afastados pela futura campeã Itália, já depois de terem eliminado na ronda anterior Portugal, que defendia o título conquistado em 2016.

Líder do ‘ranking’ da FIFA entre setembro 2018 e março 2022, a Bélgica averbou ainda duas ‘quedas’ na fase de grupos das edições 2018/19 e 2022/23 da Liga A da Liga das Nações, intercaladas pela quarta posição alcançada na ‘final four’ de 2020/21, em Itália.

“Quando olho para os atletas no balneário, vejo que estão a crescer e a aproveitar todas as lições dessa geração. Foram seis anos em que cresci e fiz tudo aquilo que podia. Os verdadeiros adeptos apreciam o que esta seleção fez. É o fim de um ciclo, mas não tem nada a ver com esta eliminação na fase de grupos [do Mundial2022]”, insistiu Roberto Martínez, que se despede com 56 vitórias, 13 empates e 11 derrotas em 80 encontros.

A Bélgica tornou-se hoje a terceira representante europeia a ‘tombar’ na primeira fase do Mundial2022, cenário que já não enfrentava há 24 anos, ao ser terceira do Grupo F, com quatros pontos, após ter batido o lanterna-vermelha Canadá (1-0), perdido diante do líder Marrocos (0-2) e empatado com a Croácia (0-0), segunda e atual vice-campeã em título.

“Estamos extremamente desapontados após a eliminação precoce da nossa seleção no Mundial2022. Falhámos e dececionámos um povo que apoiou a seleção durante o tempo todo. Chegou hoje ao fim uma era. Os caminhos do treinador Roberto Martínez e da Real Federação Belga de Futebol (KBVB) irão separar-se”, reagiu, por sua vez, o organismo.

Em comunicado, o diretor-geral da KBVB, Peter Bossaert, manifestou-se “muito grato e orgulhoso” pela cooperação com Roberto Martínez “durante mais de seis anos”, notando que o espanhol “deixou um enorme legado para as próximas gerações do futebol belga”.

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