No Relatório e Contas relativo ao período de 01 de julho de 2016 a 30 de junho de 2017, a sociedade anónima destaca “o maior resultado líquido na história da SAD”, bem como um “recorde de receitas da Benfica SAD e Grupo SLB”.
Segundo o documento, o grupo de empresas que compõem o universo Benfica obteve receitas de 285 ME, dos quais 253 ME são respeitantes à SAD.
Os rendimentos operacionais (128,2 ME), excluindo transferências de atletas, subiram 7,7% relativamente à temporada 2015/16, destacando-se, entre outros itens, os prémios de participação na Liga dos Campeões (31,5 ME), as receitas de televisão (38,8 ME), a bilhética e a publicidade e patrocínios, sendo que apenas os prémios da UEFA foram ligeiramente inferiores ao exercício anterior, tendo em conta que em 2016/17 o Benfica caiu nos oitavos de final da prova, enquanto em 2015/16 tinha chegado aos ‘quartos’.
Contudo, os rendimentos operacionais sobem para quase o dobro (251,2 ME) com a inclusão das operações com atletas vendidos pelo Benfica (123 ME) – entre os quais Gonçalo Guedes, Hélder Costa, Ederson e Lindelöf – ou seja, mais 20,8% do que em 2015/16.
As transferências de Nélson Semedo e Mitroglou, que foram realizadas após o fecho deste exercício, só serão contabilizadas no Relatório e Contas da temporada 2017/18.
Já os gastos operacionais situaram-se nos 168 ME – o que corresponde a um aumento de 8,4% – dos quais 74,7 ME dizem respeito a gastos com pessoal. Em 2015/16, a rubrica de gastos com pessoal apontava para os 61,5 ME.
O documento da SAD do Benfica anuncia igualmente um capital próprio positivo de 67,7 ME, bem como a redução de 88,9 ME na dívida bancária.
De resto, o ativo da SAD manteve o crescimento das últimas épocas e situou-se nos 506,1 ME, em contraste com os 476,4 ME de 2015/16, ao passo que o passivo sofreu uma redução de 17,1 ME (455,5 ME em 2015/16, face aos 438,3 ME em 2016/17).
“Houve uma redução do passivo que tem de ser lida juntamente com o incremento do ativo. Essa redução do passivo permitiu-nos, pela primeira vez, ter receitas, a nível do grupo, que são superiores ao valor do passivo financeiro, entre empréstimos bancários e empréstimos obrigacionistas. A dívida aos bancos portugueses diminuiu perto de 90 ME”, referiu aos jornalistas o administrador executivo da SAD do Benfica, Domingos Soares de Oliveira.
O dirigente foi questionado sobre o desinvestimento na contratação de jogadores para esta época, referindo que as ‘águias’ vão fazer “cada vez mais investimentos controlados e aproveitar a matéria que existe no Seixal”. Contudo, ressalvou, isso “não significa que não haja investimentos” e que o Benfica fá-los-á “sempre que for necessário, sem comprometer o equilíbrio das contas”.
“No dia em que o Benfica decidir ir ao mercado fazer as aquisições que deve fazer, com um investimento considerável, tem todas as condições para o fazer, sem estar dependente de terceiros”.
As saídas de Ederson, Nélson Semedo, Lindelöf e Mitroglou no último ‘mercado’ de transferências também mereceram um comentário de Domingos Soares de Oliveira.
“Quando referi, em abril, que não tínhamos necessidade de vender foi porque, com as vendas que tínhamos feito no início da época 2016/17, já tínhamos as condições para equilibrar as contas e para não necessitar de novos financiamentos. Neste modelo, as receitas operacionais que geramos não são suficientes para cobrir as ambições que temos, portanto, queremos reduzir o peso da dívida e, assim, haverá uma redução dos encargos financeiros e uma maior capacidade para pagar aos melhores jogadores. O talento paga-se”, sustentou.
Por outro lado, apesar do arranque de temporada menos conseguido por parte da equipa, Domingos Soares de Oliveira assegurou que existe “um compromisso firme” na SAD, inclusivamente do treinador Rui Vitória, de “tudo fazer para que o Benfica seja campeão”.
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