Na apresentação da equipa, feita na tribuna de honra do Estádio Nacional, o dirigente desvalorizou o facto de se tratar de uma das menos numerosas delegações de sempre e de ser também menos de metade das expectativas da FPA no início do ano.

“É um número reduzido também pela forma atual de qualificação, muito mais difícil, e que ainda o será mais para os Jogos Olímpicos”, explicou.

Ainda assim, acalenta a esperança de ver bons resultados de atletas lusos em Doha, a começar pelo triplo, com Nelson Èvora e Pedro Pichardo.

“Seria um sonho concretizado ter os dois no pódio”, disse, acrescentando: “Pode ser agora, mas se não for, que seja nos Jogos Olímpicos [de Tóquio, em 2020]”.

Jorge Vieira reconheceu que há dois caminhos na fixação dos mínimos – ou “facilitar”, repetindo sempre os critérios internacionais, ou “exigir o mais possível na qualificação”.

É esta segunda via que tem sido seguida, porque isso “corresponde a melhores resultados finais”.

A propósito das condicionantes externas, reforçou que “são para todos” e “há que contar com elas”.

“Desde logo, a altura do ano dos campeonatos, que poucas vezes se realizaram nesta altura (setembro/outubro), já com tantos meses de competição e treinos. Serão campeonatos extremamente importantes para antecipar melhor o que se vai passar nos Jogos Olímpicos, também pela qualificação (que será pelo ranking IAAF), que levanta problemas graves para os países periféricos”, disse.

O presidente da FPA elogiou o que considera o “ano bom” do atletismo luso, com a subida à Superliga Europeia, “em condições dificílimas”, partindo daí para a motivação dos 15 para Doha.

“São atletas de verdadeira elite mundial, que acreditam. E é no ‘pequeno estádio’ que está ‘atrás dos olhos e entre as orelhas’ que começam as vitórias”, afirmou.

De acordo com Jorge Vieira, os atletas lusos “têm um corpo em tudo semelhante e prepararam-se tão bem como os outros”, pelo que “vão estar todos em igualdade”.

“Tenham cuidado com os vossos sonhos, podem às vezes realizar-se… Tenham bons sonhos e não olhem para as listas de partida – deixem isso para os vossos treinadores. Estão todos em igualdade de circunstâncias”, disse ainda.

Os campeonatos do Mundo de 2019 realizam-se em Doha, no Qatar, de 27 de setembro a 06 de outubro.