“Em primeiro lugar importa repudiar estes atos. Este grupo de criminosos que invadiu as instalações do Sporting, e o Sporting não soube evitar e garantir as condições de segurança aos jogadores, merecem a nossa condenação”, disse em declarações à agência Lusa.
Joaquim Evangelista defendeu que os jogadores estão “inseguros e convencidos que não têm condições para exercer a sua profissão”.
“Apelamos às autoridades e ao Sporting que restabeleça as condições de segurança para os profissionais de futebol e equipa técnica. Choca-me ver jogadores agredidos. Vi as imagens do Bas Dost e falei com os jogadores e o sentimento comum é de revolta e de insegurança. Psicologicamente os jogadores estão muito fragilizados”, afirmou.
Joaquim Evangelista disse que já falou com os jogadores depois dos acontecimentos na Academia em Alcochete e que estes estavam “muito, muito abalados” com o que aconteceu, explicando que são seres humanos e que “quem é alvo de uma abordagem destas pensa duas vezes”.
Durante a tarde de hoje, cerca de meia centena de indivíduos, de cara tapada, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, assim como o treinador Jorge Jesus.
Fonte da GNR confirmou à Lusa estar a proceder à “identificação presencial de indivíduos que presumivelmente estiveram envolvidos” na ocorrência, recusando confirmar se foram efetuadas detenções no local ou nas imediações.
A equipa principal do Sporting cumpria o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.
O presidente do sindicato explicou que tem acompanhado há algum tempo a situação dos jogadores do Sporting, defendendo que “já se adivinhava, de alguma forma, uma situação destas”.
“É grave que alguém que seja responsável não antecipe estes problemas. A situação é grave, exige uma tomada de posição muito forte dos responsáveis desportivos e das autoridades”, frisou, salientando que os responsáveis devem ser “identificados e responder pelos atos”.
Joaquim Evangelista defendeu que os jogadores estavam “motivados para dar uma satisfação aos adeptos”.
“Ninguém estava satisfeito com a derrota do último fim de semana e queriam, de facto, dar aos adeptos essa satisfação e depois acontece isto. Neste momento a vontade dos jogadores é desaparecer, sair deste filme”, disse.
Sobre as questões jurídicas, relacionadas com possíveis rescisões de contratos, Joaquim Evangelista recusou comentar, explicando que esse será um assunto a tratar pelos jogadores.
“É um assunto a tratar com os jogadores, se os jogadores decidirem tomar alguma posição, vão fazê-lo oportunamente. Quero manifestar disponibilidade e solidariedade com os jogadores, que terão todo o nosso apoio”, defendeu.
A terminar, o presidente do sindicato salientou que o futebol português não pode pactuar com estas situações.
“Tem de haver consequências e os responsáveis que alimentam este clima têm que ser responsabilizados e dar a cara. Os adeptos do Sporting têm de apoiar os jogadores e condenar o que se está a passar”, concluiu.
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